JF tem mais 3 mortes por Covid e novo recorde de hospitalizados

O boletim epidemiológico da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) desta terça-feira (17) contabilizou mais três vítimas fatais da Covid-19 na cidade. Além disso, pelo quinto dia consecutivo, o município registrou o maior número de pessoas internadas em decorrência do coronavírus em um único dia desde o começo da pandemia. Informações disponibilizadas pela PJF, por meio do painel gerencial de dados da Covid-19, mostravam que, até as 17h30 desta terça, 236 pessoas estavam internadas em “leitos Covid”, com suspeita ou confirmação da doença. Deste total, 81 ocupavam leitos de UTI e 155 estavam sendo atendidas em enfermarias. Desde a última sexta, a cidade tem registrado sucessivos recordes no número de hospitalizações pela doença.

Em relação aos novos óbitos, dois ocorreram nesta segunda (16). Um deles foi de um homem de 58 anos, que tinha doença cardiovascular crônica e hipertensão arterial sistêmica. O outro era um idoso de 71 anos, e tinha doença cardiovascular crônica. A terceira vítima, um homem de 59 anos, faleceu na última quinta-feira (12). Ele tinha histórico de doença cardiovascular crônica, doença renal crônica, diabetes mellitus e doença renal crônica.

Conforme as autoridades em saúde, as comorbidades, além da idade, são fatores de risco para evolução do coronavírus. Com as atualizações, a cidade já registra 283 vidas perdidas para a Covid-19. No total, 8.179 casos de coronavírus já foram confirmados, 42 novos diagnósticos a mais do que os registrados na segunda. Em relação às notificações de síndrome gripal, consideradas suspeitas para a doença, foram 379 novos registros em 24 horas. No total, Juiz de Fora já contabilizou 28.162 casos suspeitos.

Curados

Em relação ao número de pessoas recuperadas, a Secretaria de Saúde informou que, até esta terça, dos 8.179 casos confirmados, 7.361, cerca de 90%, eram considerados restabelecidos. Eles apresentaram resultado de exame positivo para Covid-19 e venceram os 14 dias de isolamento sem nenhuma intercorrência.

Além disso, boletim com perfil epidemiológico divulgado nesta terça apontou que dos pacientes com casos confirmados até o momento, 4.331 (53%) são mulheres. A faixa etária que concentra o maior número de diagnosticados, com 1.834 pessoas, é de 30 e 39 anos.

Todos os dados são referentes a moradores de Juiz de Fora. O balanço é disponibilizado pela Prefeitura no site covid19.pjf.mg.gov.br, criado para divulgar informações sobre o coronavírus.

Taxa de ocupação de UTI SUS é de 81%

Nesta terça, até por volta das 18h, a taxa de ocupação total de leitos de UTI na cidade era de 78,80%. Do total de 283 leitos disponíveis, 223 estavam ocupados, inclusive por pacientes com outras enfermidades que não a Covid-19. Em recorte que considerava apenas os equipamentos de cuidados intensivos credenciados ao SUS, o índice de ocupação subia para 81,42%.

Em relação aos leitos de enfermaria, 63,03% estavam ocupados. Ou seja, dos 1.684 equipamentos de enfermaria disponíveis em toda a rede de saúde de Juiz de Fora, 1.112 estavam ocupados na cidade, tanto por pacientes com Covid-19 como afetados por demais enfermidades.

Três hospitais com 100% de ocupação

Nesta terça, três hospitais da rede pública tinham 100% de taxa de ocupação de leitos intensivos. Esses equipamentos eram ocupados tanto por pacientes com Covid-19, quanto por pessoas com demais enfermidades: Hospital Universidade da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU/UFJF) (oito pacientes em leitos Covid-19 e nove com outras enfermidades); Instituto Oncológico (seis leitos apenas com pacientes em tratamento de câncer, sem diagnóstico de Covid-19); e Hospital Regional Doutor João Penido (20 leitos, todos ocupados por pacientes internados com Covid-19). O Hospital João Penido é referência para tratamento de Covid-19 em Juiz de Fora e região.

‘Falta de responsabilidade pública’, diz prefeito

Em transmissão on-line por redes sociais na manhã desta terça, o prefeito Antônio Almas (PSDB) relacionou o contínuo aumento das internações com a maior exposição das pessoas ao vírus. “Se olharmos nas redes sociais, veremos várias denúncias de festas e eventos clandestinos que estão reunindo muitas pessoas. Isso é falta de responsabilidade pública. A fiscalização também é papel da Prefeitura, mas somente a fiscalização não basta. É preciso entender que se estamos vivendo um momento que envolve o risco de morte de pessoas (e estamos aglomerando), estamos sendo muito coniventes. Não há uma normalidade nos moldes do momento pré Covid-19. Essa nova fase impõe distanciamento social, uso de máscaras e medidas de higiene”, enfatizou.

“Estamos vivendo, de novo, um momento de maior risco, com a ocupação acima dos 80% em leitos de UTI SUS. Também estamos observando um aumento de pacientes internados em enfermarias. A taxa de ocupação destes equipamentos chegou a 63% nesta terça. Nunca, até aqui, tivemos tantos pacientes com Covid-19 (suspeita ou diagnóstico) em enfermarias. Também está alta a taxa de ocupação de leitos de UTI no sistema privado, utilizado pelas classes média e média alta, por meio dos planos de saúde. É essa a população que está se contaminando mais agora. Isso tem muito a ver com o que está acontecendo na cidade clandestinamente, com as festas com mais de 30 pessoas. O ideal é tomarmos a decisão agora de nos isolarmos mais, mas estão partindo para abusos e atos de irresponsabilidade. Se colapsar o sistema privado, amplia o colapso na rede pública, por causa da universalidade do atendimento pelo SUS”, analisou Almas.

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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