Ipespe aponta que jovens preferem aluguel e evitam financiamento da casa própria

Pandemia da Covid-19 trouxe vários hábitos novos e mudanças na moradia da população 

Um estudo do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), encomendado pelo Projeto Moradia no Mundo Pós-Pandemia, apontou que 82% das pessoas entre 16 e 24 anos preferem morar de aluguel a ter que construir um financiamento para a aquisição de uma casa.

Entre outros grupos etários, considerando a população no geral, 63% das pessoas afirmaram morar de aluguel com contrato flexível em vez de comprar um imóvel. Além disso, em fevereiro, o Ipespe havia identificado que 55% das pessoas aceitavam morar em imóveis de acordo com a fase de vida.

O grupo que expressa a intenção de viver em prédios visa edifícios voltados para famílias pequenas e casais , sendo 41% das citações, seguidos por perfis misturados, 40%, e aposentados e idoso, 24%.

Na segunda etapa do estudo, após a pandemia, mais de 70% dos entrevistados apontaram gostar do regime de home office. Já 57% mostraram interesse em morar próximo ao local de trabalho ou estudo, um aumento de 50% em relação ao inquérito anterior.

“Do mesmo jeito que algumas pessoas perceberam que, para elas, era mais vantajoso ter acesso a um carro conforme a necessidade do que investir na compra de um, elas também estão percebendo que é melhor ter acesso à moradia do que se endividar para ter a casa própria”, destacou Alexandre Frankel, CEO da Housi, plataforma de aluguéis de imóveis

Alexandre ainda afirma que diante das mudanças de comportamento, o consumo de moradia também mudou. Os anseios e as prioridades não são mais os mesmos e, no lugar de estabilidade, há maior dinamismo. O CEO também ressaltou que como a incerteza quanto ao futuro ficou mais evidenciada, é natural que a população prefira uma opção mais flexível em vez de tomar uma decisão de longo prazo.

A mudança no sonho da casa própria não é algo momentâneo. É uma mudança da forma de ver o outro e o mundo, garantiu Alexandre.

“Por muito tempo, a gente acreditava que ser feliz era estar satisfeito. E, para isso, era preciso alcançar o sucesso, muitas vezes simbolizado pela compra do carro ou da casa própria. Hoje, temos a teoria do bem-estar, em que outros critérios são levados em consideração”, finaliza.

 

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