Pesquisa conduzida pelo Núcleo de Estudos Econômicos da Fecomércio MG, com dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC), indica que as famílias estão esperançosas que, com a continuidade da melhora do ambiente econômico, poderão realizar suas compras
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) belo-horizontinas cresceu 1,5% em relação ao mês de fevereiro, quebrando a tendência de baixa observada nos dois primeiros meses do ano corrente. O indicador alcançou 97,9 pontos em março, um patamar abaixo dos 100 pontos que marcam a neutralidade. Portanto, tem mostrado melhorias não lineares, com um crescimento de 6,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando registrou 91,7 pontos em março de 2023.
O índice geral do ICF, estratificado por faixa salarial, mostra que houve crescimento para as duas faixas analisadas. As famílias com renda superior a 10 salários-mínimos (SM) registraram um crescimento de 1,2%, enquanto as famílias com rendimentos até 10 SM apontaram avanço de 1,4%. A pesquisa foi conduzida pelo Núcleo de Estudos Econômicos da Fecomércio MG, com dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC).
Segundo Gilson Machado, economista da Fecomércio MG, a Intenção de Consumo das Famílias quebra a tendência de desaceleração observada nos últimos períodos, que na maioria foi reflexo de incertezas no início do ano somadas a despesas existentes no período. Superado esse período de despesas, com as famílias mais cientes do que deve acontecer no decorrer do ano e com a melhora dos principais indicadores econômicos em relação ao ano anterior, contribuíram para a melhora do ICF no mês de março.
A maioria dos índices que compõem o ICF estão no nível de satisfação: emprego (124,3), perspectiva profissional (118,9), renda atual (112,4) e perspectiva de consumo (105,30). Por outro lado, os demais índices encontram-se no patamar de insatisfação: acesso ao crédito (88,0), nível de consumo (85,1) e momento de duráveis (51,3).
No acompanhamento mensal, nota-se uma melhora nos índices em relação a fevereiro, sendo o destaque para a Perspectiva de Consumo, que registrou um incremento geral de 4,3%. Destaca-se também as famílias com rendimentos até 10 SM, que registraram um crescimento acima das famílias com rendimentos acima de 10 SM, com avanços respectivos de 4,4% e 3,2%.
Por outro lado, os índices de momento de duráveis (-2,5%) e nível de consumo (-0,5%) sofreram uma desaceleração em relação ao mês de fevereiro do ano corrente. Em relação ao mês de março de 2023, os índices tiveram uma melhora significativa, de 26,9% e 23,9%, respectivamente.
Para Gilson Machado, o ponto central do ICF do mês é que o nível de consumo e o momento de duráveis estão desacelerando, enquanto a perspectiva de consumo vem crescendo mais intensamente. Esse movimento ocorre porque as famílias estão com poucos recursos para gastar no momento, e o acesso e custo do crédito continuam elevados. Por outro lado, a perspectiva de consumo mostra que a intenção de consumo segue aumentando, ou seja, as famílias estão esperançosas que, com a continuidade da melhora do ambiente econômico, poderão realizar suas compras.
A equipe de jornalismo da AMIRT entrou em contato com a Fecomércio e solicitou as seguintes perguntas para o economista Gilson Machado:
- Como você avalia o impacto das políticas econômicas adotadas nos últimos meses sobre a Intenção de consumo das famílias em Belo Horizonte?
- Diante do crescimento da perspectiva de consumo, quais medidas podem ser adotadas para estimular ainda mais esse indicador e impulsionar o consumo?
- Quais são os setores da economia de Belo Horizonte que mais podem se beneficiar do aumento da Intenção de consumo das famílias e por quê?
- Considerando o aumento da Intenção de Consumo, quais são as suas recomendações para os empresários e comerciantes da região em termos de estratégias de marketing e oferta de produtos?
Ouça a entrevista com Gilson Machado — economista da Fecomércio MG
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Foto de capa: Tânia Rêgo/Agência Brasil