De acordo com Valle, o diferencial do rádio com as plataformas de streaming é que entre uma música e outra existe o fator humano que a Inteligência Artificial não é capaz de substituir
Devido à recessão econômica provocada pela pandemia de coronavírus, a iHeartMedia, empresa americana que tem mais de 850 emissoras, demitiu pelo menos 1.000 funcionários há dois meses. Estes trabalhadores foram substituídos por Inteligência Artificial (AI). As informações são do representante da produtora de jingles Reelword, Henrique do Valle, durante live especial realizada pela Associação das Emissoras de Rádio e Televisão do Estado de São Paulo (AESP), na última quarta-feira (29).
Segundo ele, a Inteligência Artificial analisa todos os parâmetros da voz do locutor e as mixagens da forma que o ouvinte não perceba que aquele conteúdo foi gravado. “O locutor bom vai saber fazer isso como se fosse ao vivo”, explica.
Valle também conta que o programa, assim como o Spotify e o Pandora, consegue identificar com o tempo o gosto do ouvinte. Desta forma, a Inteligência Artificial, baseado no que o ouvinte indica que gosta de ouvir, vai criando esta programação a partir dos algoritmos estabelecidos.
“O trabalho do programador que combina as músicas, eventualmente, poderá ser substituído. Mas, existe a sensibilidade humana, que eu acho que jamais vai ser substituída. A diferença do Spotify e do Pandora é que existe entre as músicas o fator humano”, ressalta Valle.
Por este motivo, Valle acredita que os profissionais que conseguem estabelecer uma ligação com o ouvinte jamais serão substituídos por Inteligência Artificial. “Os grandes locutores continuam tendo os seus salários aumentados e sendo extremamente valorizados. O problema são as pessoas que ficam sentadas na frente do computador falando a música e a hora. Quem faz isso deve prestar atenção, porque a inteligência artificial vai tomar o lugar deles”.
Para Valle, a Inteligência Artificial não é capaz de substituir os profissionais diferenciados, que são carismáticos, abraçam o ouvinte e transmitem bastante energia. “O seu trabalho vai ser reconhecido e você vai continuar no ar. Você tem uma arma na mão, que você tem que saber usar, então você tem que abraçar o ouvinte, como eu falei as pessoas hoje precisam de conforto, isso a Inteligência Artificial não pode dar.”