O indicador de intenção de consumo das famílias cresceu 1,1%, após dois meses de retração, e iniciou o ano em seu maior patamar desde maio de 2020. Mas os 76,2 pontos apurados pela CNC-Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo ainda estão abaixo do nível de satisfação de 100 pontos, o que acontece desde abril de 2015.
Na comparação com janeiro de 2021, houve aumento de 3,6%na de intenção de consumo.
A CNC avalia que, apesar das incertezas que ainda rondam a economia brasileira, o resultado mostra que as famílias estão mais confiantes de que haverá algum crescimento.
O principal destaque positivo foi o subíndice Emprego Atual, que capta a segurança dos entrevistados com relação a sua situação de trabalho e teve aumento de 2,6%. Em segundo lugar, o subitem Perspectiva de Consumo avançou 2,5% e alcançou o maior patamar desde abril de 2020. Ainda assim, quase 48% das pessoas ouvidas acreditam que vão consumir menos nos próximos três meses.
No outro lado da balança, a queda mais expressiva foi verificada no Acesso ao Crédito, que recuou 1,0% com relação a dezembro e 7,4% frente a janeiro do ano passado.
Os especialistas da CNC explicam que isso reflete o aumento dos juros, ocasionado pela alta da inflação, que outro fator que reduz o poder de compra.
Também chama atenção a quinta retração seguida do subindice Momento para Duráveis. Entre os entrevistados, 75,0% acreditam que o momento é negativo para compras desse tipo de produto.
Já a análise por faixa de renda mostrou avanço nas intenções de consumo para os dois segmentos, no entanto o nível das famílias com renda de até 10 salários mínimos ficou em 72,6 pontos, bem abaixo dos 93,5 registrados entre as famílias que ganham mais de 10 salários. E na passagem de 2021 para 2022, enquanto a variação positiva na parte de baixo da pirâmide foi de 1,7%, no topo, o intenção de consumir cresceu 10,5%.