Em Minas Gerais, o Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian mostrou que, em agosto, 602.878 empresas estavam inadimplentes. O número, que é bastante expressivo, apresentou uma queda de 0,2% na comparação com o mês imediatamente anterior. Já frente a igual mês de 2021, foi registrada alta de 1,4% no número de empresas negativadas. O valor das dívidas em atraso já soma mais de R$ 8,05 bilhões no Estado.
De acordo com os dados do levantamento do Serasa Experian, os micro e pequenos negócios (MPEs) são a grande maioria entre os inadimplentes, somando 543.007 empresas. Na comparação com julho, houve um pequeno recuo de 0,47% no número de MPEs inadimplentes, a retração foi a quinta consecutiva. Frente a agosto do ano passado, quando 547.733 micro e pequenas empresas estavam com dívidas atrasadas, a queda ficou em 0,86%.
Levando em consideração todos os portes de empresas, Minas Gerais tem 602.878 empresas inadimplentes com 4,064 milhões de dívidas negativadas. Essas dívidas somam mais de R$ 8,05 bilhões. Em relação a julho, o valor devido cresceu 0,24%. Frente a agosto de 2021, quando as dívidas atrasadas somavam R$ 8,39 bilhões, houve um recuo de 4,07% no valor.
Por CNPJ, o volume de dívida média das empresas de todos os portes é de 6,7, com valor médio de R$ 13,3 mil.
País
Segundo o Serasa, no Brasil, em agosto, 5.540.767 micro e pequenos negócios (MPEs) estavam com o nome no vermelho. O número representa uma leve queda de 0,1% no confronto com o mês anterior.
De acordo com o índice, as companhias que atuam no setor de Serviços são as que possuem a maior representatividade na inadimplência, com 52%, seguidas pelas atuantes no Comércio (39,5%).
O ranking das regiões com mais CNPJs de micro e pequenas empresas no vermelho é liderado pela Sudeste (53%), depois a Sul (16,4%), a Nordeste (16,3%) e a Centro-Oeste (9%).
Fator consumidor
O economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, explica que os números elevados de empresas inadimplentes têm como um dos principais fatores a crescente inadimplência por parte dos consumidores, resultado de uma inflação alta.
“A inadimplência entre os consumidores tem batido recorde após recorde nos últimos nove meses. Quando o consumidor não paga uma dívida, a empresa é prejudicada e fica sem o recurso que deveria entrar no caixa. Isso acaba gerando problemas de gestão financeira, principalmente nas micro e pequenas empresas, que são mais frágeis e têm menor reserva de caixa”.
Rabi explica que, em Minas Gerais, o pico de inadimplência das empresas foi atingido em março. “Em 2022, o recorde de Minas foi atingido em março, de lá pra cá, o número de empresas com dívidas em atraso tem caído. Essa retração depende da economia de cada estado”.
Ainda segundo o economista do Serasa, apesar de não haver um levantamento por segmentos nos estados indicando quais os setores estão com o maior número de dívidas atrasadas, assim como visto no Brasil, o setor de Serviços se destaca. Além de ser grande parte das micro e pequenas empresas, o setor foi o mais afetado pelas medidas de controle da pandemia de Covid-19.
“As MPEs são as empresas mais frágeis e, por isso, são as mais prejudicadas em períodos de turbulências . Dentre elas, o setor de Serviços foi o que mais sofreu na pandemia e é o elo mais fraco. Estas empresas ainda correm risco porque a inadimplência do consumidor ainda está subindo e pode afetar mais”.
Para os próximos meses, com as datas comemorativas e pagamento do 13º salário, há uma expectativa de melhora da situação.
As informações são do Diário do Comércio.