Especialista ressalta que, apesar do aumento de vagas formais, população sem carteira ainda representa uma fatia importante do mercado de trabalho.
A taxa de desocupação no país caiu de 12,7%, no primeiro trimestre deste ano, para 12%, no trimestre de abril a junho. Isso significa que o desemprego no país apresentou uma redução de 0,7 ponto percentual, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta quarta-feira (31), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A pesquisadora do IBGE, Adriana Beringuy, ressalta que no segundo trimestre do ano, foram preenchidas mais 294 mil vagas com carteira assinada. Segundo ela, o que representa um aumento de 0,9% em comparação com o trimestre anterior.
“Foi observado um aumento na população ocupada, no emprego. Esse movimento, de certa forma, é um movimento esperado, porque nos primeiros meses do ano podem ocorrer processos de dispensas de trabalhadores temporários, que foram contratados lá no fim de 2018. Chega agora o segundo trimestre, volta-se a observar processos de contratação, de mais pessoas buscando e encontrando trabalho”, conta.
Adriana Beringuy ressalta, no entanto, que a população sem carteira ainda representa uma fatia importante do mercado de trabalho.
“De fato, nós temos uma melhora de número de pessoas ocupadas, mas a forma de inserção dessa população ocupada é ainda muito pautada nos vínculos que tem uma perspectiva mais fragilizada, como é o emprego sem a carteira assinada, com 11,5 milhões de pessoas, que foi o recorde da nossa série. E, para além desses, nós também tivemos o recorde dos chamados trabalhadores por conta própria (autônomos)”, disse.
Esse número de brasileiros que trabalham por conta própria aumentou 1,6% no segundo trimestre do ano e chegou a 24,1 milhões. Uma dessas pessoas que trabalhava por conta própria e conseguiu um trabalho com carteira assinada é Wady Issa Fernandes, de 34 anos, morador de São Paulo. Contratado como Assistente de Marketing Digital, ele já tem planos para o futuro.
“Até o início do ano, eu estava trabalhando por conta própria, fazendo freelancers e buscando emprego. Eu fui chamado para algumas entrevistas, dentre elas na empresa onde eu estou, e fui contratado com carteira assinada. Primeiro passei por uma experiência de 90 dias, isso foi dia 9 de abril e, agora, fui efetivado. E a perspectiva que eu tenho é de consolidar aqui a minha posição, conseguir uma promoção aqui dentro, crescer dentro da empresa mesmo”, idealiza.
O número de desalentados, que são as pessoas que desistiram de procurar trabalho, se manteve recorde no percentual da força de trabalho, com 4,4%, o que chega a quase 5 milhões de pessoas.
Reportagem: Cintia Moreira – Agência do Rádio