A mulher precisou de ajuda de terceiros por três anos, começou a usar fraldas e desenvolveu dores, fraqueza e anemia.
A Justiça condenou o Hospital Municipal Dr. Rodolfo Mallard, a indenizar R$ 20 mil à uma paciente que teve sua bexiga perfurada durante uma cirurgia de retirada de útero, em Buritizeiro, na região Norte de Minas Gerais.
A 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais manteve a decisão da comarca da cidade de Pirapora e estabeleceu que o hospital deve arcar com a reparação à mulher, pelo sofrimento decorrente do erro médico.
Os desembargadores também consideraram que o valor da indenização deveria ser R$ 20 mil.
A vítima ainda afirmou que, entre junho e julho de 2008, ela se submeteu a uma histerectomia e, durante a operação, teve sua bexiga perfurada. A mulher ainda ressaltou que começou a sofrer com dores, humilhações e desconforto, além de ficar incapacitada de manter relações sexuais e precisou passar por novos procedimentos cirúrgicos.
A paciente também disse que o hospital da cidade não tinha recursos para cirurgia de reconstrução da bexiga. Por esse motivo, ela foi encaminhada para a unidade de Pirapora
Porém, o organismo da vítima rejeitou os pontos e ela teve que continuar o tratamento em Belo Horizonte, com viagens constantes. Ela ainda destacou que houve omissão do hospital municipal e falha nos atendimentos médicos.
Decisão
Além disso, o relator do recurso, desembargador Caetano Levi Lopes, avaliou os relatórios médicos e depoimentos de testemunhas. Lopes ainda disse que o perito concluiu que houve comprometimento estético em grau moderado e sequela na forma de incontinência urinária.
Porém, a pedido do Poder Executivo local foi reduzido o valor para R$ 20 mil, alegando que a mulher tem uma vida normal atualmente.
No entanto, a desembargadora Hilda Teixeira da Costa discordou da redução. Já que as lesões acarretam consequências como abalo psicológico, angústia e sofrimento, além da paciente ter sido submetida a nova cirurgia.
A divergência ainda prosseguiu entre os desembargadores Baeta Neves, Marcelo Rodrigues e Raimundo Messias Júnior.
Por: Gabrielle Junqueira
(com revisão de Patrícia Marques)