Em vídeo divulgado na tarde desta segunda-feira, 12/10, o Diretor Técnico do Hospital César Leite, Dr. Luis Cláudio Mendes Valle, esclarece a situação do HCL e a motivação para a redução para 20 leitos de UTI e 34 leitos de enfermaria na Unidade Covid-19. A intenção é que o hospital retome as cirurgias eletivas a fim de atender aos pacientes que precisam de atendimento por conta de outras doenças.
Desde março, o HCL reduziu sua capacidade para tratamento e para cirurgias de outras doenças para focar na Unidade Covid-19. Em função disso, foram reduzidas as internações clínicas e suspensas as cirurgias eletivas. Foram mantidos os procedimentos de urgência e emergência.
HABILITAÇÃO
Apesar de ter 30 leitos, o médico deixou claro que o HCL está recebendo somente sobre 20 e que nesta segunda venceu a habilitação de dez. No dia 04/11, vence a habilitação dos outros dez.
“O hospital credenciou dez leitos, mas só foram habilitados três meses depois. Posteriormente, colocaram mais dez leitos e somente foram habilitados 28 dias depois de estarem funcionando.
Em seguida, foram colocados outros dez leitos (totalizando 30), estão funcionando há mais de 70 dias e sequer foram habilitados pelo Governo Federal”, pontua.
A habilitação é o mesmo que o pagamento dos honorários pelo serviço prestado.
Dr. Luís Cláudio conta que houve reunião entre o hospital, a Superintendência Regional de Saúde do Governo de Minas, a Secretaria de Saúde de Manhuaçu e SMS e Comissão de Saúde da Câmara de Manhuaçu.
“O HCL focou na Covid-19 e deixou de atender a população nas demandas de cirurgias eletivas. Mais de 400 pacientes entraram na fila de espera de março até agora”, detalha o médico.
CIRURGIAS ELETIVAS
Para atender aos agravos clínicos e cirúrgicos eletivos (aqueles que são agendados), o HCL precisa retomar a área física (leitos) que foi cedida para a Covid-19. Dessa forma, foi decidido não mais prorrogar a habilitação já que o Governo Federal não se pronunciou sobre a renovação.
“Diante da cobrança da sociedade, que infelizmente não adoece apenas de Covid-19, e considerando que o Governo Estadual tem dito que a rede de atendimento à pandemia do novo Coronavírus está tranquila – com 50% dos leitos de UTI ociosos, o HCL entendeu que não cabe somente a ele o ônus de atender a Covid-19”, reforça.
O HCL tem que recompor sua carteira de serviços para a sua manutenção e sobrevivência financeira.
Segundo o diretor, durante os sete meses da pandemia, esperava-se que outros hospitais iriam absorver os atendimentos, enquanto o HCL focou na Covid-19. “Agora, o hospital optou por se mostrar útil às causas sociais. Infelizmente, não convivemos somente com Covid-19. As pessoas adoecem do coração, do cérebro, do intestino e o HCL tem que estar atento a isso para que a população seja atendida também nesses casos”.
Ele complementa que, infelizmente, a rede pública de saúde do Estado não atendeu aos pacientes. “Enfim, deixou o HCL sobrecarregado. O hospital passou a recusar pacientes que precisavam de internação, enquanto os outros hospitais não estavam cuidando”.
O diretor técnico disse que estão devolvendo ao Estado dez leitos de UTI para que eles sejam distribuídos na região. Dessa forma, o bloco cirúrgico poderá trabalhar mais e atender a população em outras demandas de cirurgias.
“Não faremos a prorrogação de leitos. Tivemos a manifestação do deputado estadual João Magalhães e do deputado federal Dr. Mário Heringer, que se mostraram sensíveis a nos ajudar, mas o HCL cumpriu a sua missão ao longo desses quase sete meses e tem que atender a população de Manhuaçu em seus agravos variados que a acometem e que também estão matando”, reforçou.
Em sua fala, o médico pediu aos deputados que trabalhem junto ao Governo Federal para que prorroguem a habilitação dos dez leitos que vencem no dia 04 de novembro e que sejam habilitados os dez leitos que estão funcionando há quase 80 dias sem pagamento.
Postado originalmente por: Manhuaçu News