Terminais de Uberlândia, Uberaba e Montes Claros receberão aportes em torno de R$ 920 milhões
Único interessado no leilão do chamado Bloco SP-MS-PA-MG, que engloba, além do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, três terminais mineiros, o grupo espanhol Aena arrematou a principal concessão da sétima rodada do programa de concessões aeroportuárias do governo federal, com uma oferta de R$ 2,45 bilhões (e ágio de 231%). Parte do bloco formado por 11 aeródromos, os aeroportos de Uberlândia e Uberaba, no Triângulo Mineiro, e de Montes Claros, no Norte do Estado, receberão investimentos de cerca de R$ 920 milhões.
A outorga mínima para esse conjunto de ativos era de R$ 740,1 milhões. No total, 15 aeroportos foram licitados nos três blocos e estão concedidos à iniciativa privada pelos próximos 30 anos. Além de São Paulo e Minas Gerais, Amapá, Mato Grosso do Sul, Pará e Rio de Janeiro também foram contemplados. Os aportes em todos os empreendimentos chegam a R$ 7,2 bilhões.
Segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), os terminais respondem por cerca de 16% do total do tráfego de passageiros no Brasil, o que equivale a mais de 30 milhões de viajantes por ano.
O bloco que inclui os terminais mineiros atraiu o interesse do grupo espanhol Aena, que já atua em seis aeroportos na região Nordeste (incluindo Recife, João Pessoa e Maceió). Além disso, a empresa também é operadora do aeroporto de Madri-Barajas, um dos mais importantes da Europa.
Após o leilão, o ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, disse que ficou satisfeito com o resultado e que a empresa tem feito um belo trabalho junto aos aeroportos do Nordeste. E ressaltou a importância da diversidade de operadores aeroportuários operando no País, com players de grande importância internacional. “O Brasil se torna um destino seguro para o capital do mundo”, resumiu.
Sobre a concorrência no leilão acerca do bloco principal da sétima rodada do programa de concessões aeroportuárias, Sampaio argumentou que, “melhor do que ter dois ou três proponentes, é ter 231% de ágio”. Ele atribuiu o baixo número de concorrentes ao cenário mundial desafiador, com destaque para a guerra da Ucrânia e seus impactos sobre a economia internacional.
Por fim, o ministro falou que o plano é fazer a relicitação do aeroporto de Natal (RN), até o fim do ano, totalizando 50 aeroportos leiloados em quatro anos. E também lotes de rodovias, incluindo o tão esperado leilão da BR-381.
“Foi um leilão super bem-sucedido. Estamos falando de políticas públicas e não de buscar o melhor negócio para o setor privado. Buscamos prover infraestrutura e aeroportos de qualidade para o País. E quando colocamos o Aeroporto de Congonhas com outros dez aeroportos juntos estamos buscando um player do tamanho, capacidade de investimento e expertise da Aena para operar aeroportos importantes e que vão proporcionar um desenvolvimento regional muito grande”, ressaltou.
A Aena, por sua vez, informou que o grupo vê o Brasil com interesse e que a empresa pode contribuir com sua experiência na administração de aeroportos. A empresa disse que sabe como operar com toda a segurança que esse tipo de operação exige. O grupo também justificou o ágio de 231% pelo planejamento e pela complexidade do projeto.
Outros blocos de aeroportos
Mais dois outros blocos foram leiloados. O Bloco Aviação Geral, formado pelos aeroportos de Campo de Marte, em São Paulo, e Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, foi adquirido pela XP Infra IV FIP em Infraestrutura, que ofereceu R$ 141,4 milhões, ágio de 0,01%. Também não houve concorrência nesse bloco.
Já o Bloco Norte II, integrado pelos aeroportos das capitais do Pará, Belém, e do Amapá, Macapá, foi disputado em muitos lances de viva voz pelo Consórcio Novo Norte Aeroportos e pela Vinci Airports. E acabou sendo vencido pelo Consórcio Novo Norte, que ofereceu a proposta de R$ 125 milhões, o que representou ágio de 119,78%. (Com informações de Douglas Gavras/Folhapress)
Aeroportos de Minas Gerais
Dos R$ 920 milhões previstos para os aeroportos localizados em Minas, o aeródromo de Uberlândia irá receber R$ 438 milhões, o de Uberaba R$ 267,5 milhões e o de Montes Claros R$ 216,5 milhões.
Por meio das redes sociais, o prefeito de Uberlândia, Odelmo Leão (PP), classificou o leilão como uma notícia histórica e muito positiva para a cidade e toda a região. “Essa grande conquista vai ao encontro da luta que iniciei ainda em 2005, quando comecei uma série de ações para que o nosso aeroporto pudesse se modernizar e alcançar de fato todo o seu potencial. Com uma localização estratégica, grande volume de atividades produtivas e um considerável tráfego de passageiros, temos tudo para ser o principal equipamento aeroportuário de todo o Brasil Central”, declarou.
O líder do Executivo municipal se colocou à disposição da Aena para auxiliar na elaboração do plano logístico de operação de cargas e passageiros para os próximos 30 anos. E lembrou que a ampliação do aeroporto será possível graças à disponibilização de áreas ao lado do terminal, por meio da alteração da lei de ocupação de solo.
As informações são do Diário do Comércio.
Foto: Prefeitura de Uberlândia