Objetivo é aumentar a presença de produtos mineiros entre a população mulçumana, que corresponde a quase 2 bilhões de pessoas no mundo
A comitiva oficial de Minas Gerais enviada aos Emirados Árabes Unidos fechou, nesta segunda-feira (15/11), acordo de cooperação técnica para fortalecer as relações entre o Estado, a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira e o Centro de Divulgação do Islan para América Latina (Cdial), representantes da população muçulmana.
A parceria foi fechada em Dubai, com a presença do governador Romeu Zema, que integra a missão oficial do Estado para buscar investimentos no mercado árabe. Também aderiram ao acordo a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte CDL/BH, além da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), pasta representante do governo mineiro.
O objetivo é aumentar o número de empresas instaladas em Minas Gerais aptas a chegar a países mulçumanos, que consomem apenas produtos Halal, ou seja, feitos dentro das normas estabelecidas pela religião e que, portanto, podem ser consumidos por essa parcela da população.
Por esse motivo, o acordo de cooperação técnica teve a participação direta da Cdial Halal, empresa que certifica que o produto exportado por determinada empresa, seja ele um alimento, fármaco, ou qualquer outro, cumpre os requisitos exigidos pela lei islâmica.
Na avaliação do governador Romeu Zema, o acordo permitirá um aumento da participação de Minas Gerais neste mercado, que corresponde a quase 2 bilhões de pessoas me todo o mundo.
“Minas Gerais representa 10% da população brasileira e 10% da economia, mas dos produtos Halal representa apenas 4,9% de todo o mercado. Temos um potencial de aumentar essa participação junto à CDL e à Fiemg. Temos o maior interesse em tornar nosso estado um dos principais parceiros da comunidade islâmica. Conte conosco. Espero dizer em pouco tempo que nosso estado dobrou a participação nesse mercado de produtos”, afirmou.
Oportunidade de mercado
O mercado Halal deve movimentar neste ano US$ 3 trilhões em produtos, segundo estimativa da direção da Cdial Halal. No Brasil, esse número chega a US$ 3,5 bilhões ao ano.
Para o CEO da empresa, Ali Saifi, é preciso que o Brasil e Minas Gerais conheçam o mercado Halal e o enxerguem como uma grande oportunidade. “O Brasil é o maior exportador de produtos Halal do mundo, mas ainda há muito o que oferecer, assim como Minas Gerais também tem muito a contribuir”, destacou, citando que o acordo assinado nesta segunda-feira (15/11) foi um passo importante nesse sentido.
O presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, pontuou o caminho de oportunidades aberto por essa parceria. “Recomendo a todos os industriários de Minas Gerais, do setor da alimentação e, também, de vários outros setores que temos grandes oportunidades, que façam essa certificação”, disse. Já o presidente da CDL-BH, Marcelo de Souza e Silva, defende o “aumento da qualidade dos produtos mineiros para fortalecer o relacionamento entre o Estado e a Câmara Árabe”.
Câmara de Comércio Árabe-Brasileira
A Câmara de Comércio Árabe-Brasileira atua há 69 anos com o propósito de conectar brasileiros e árabes para promover o desenvolvimento econômico, social e cultural.
A entidade trabalha pela diversificação do comércio árabe-brasileiro, relacionando-se com os agentes públicos e privados do Brasil e do mundo árabe.
O secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira Tamer Mansour destacou o grande potencial a ser explorado na conexão do Brasil com os 22 países integrantes do órgão.
“Nos últimos dez anos, as exportações brasileiras para os países árabes cresceram sete vezes. As vendas árabes ao Brasil também avançaram de forma consistente, de modo que hoje giram em torno de US$ 6,99 bilhões, com corrente comercial da ordem de US$ 20 bilhões. Mas isso ainda está longe de todo potencial” explicou.
Centro de Divulgação do Islam para América Latina
O Centro foi fundado em 1987 e atua nos âmbitos religioso, social e cultural. Desenvolve projetos no campo da divulgação do Islam com ações educacionais e assistenciais que beneficiam não só a comunidade muçulmana, mas também com projetos voltados às comunidades carentes com ações de filantropia e responsabilidade social.
As informações são da Agência Minas Gerais.
Foto: divulgação/Governo de Minas