Três homens, de 31, 36 e 42 anos, foram presos pela Polícia Militar nesta quarta-feira (3), após furtarem materiais do canteiro de obras do Hospital Regional de Juiz de Fora, no Bairro São Dimas, Zona Norte. O trio foi flagrado pelos policiais com placas de alumínio e outros objetos roubados do local. O crime volta a trazer à tona a insegurança vivenciada pela população que transita pela Rua Henrique Burnier e pela Avenida Coronel Vidal desde a paralisação das obras, em 2017.
De acordo com o boletim de ocorrência, a PM recebeu uma denúncia anônima comunicando que um caminhão do Demlurb estaria no local retirando objetos do interior da obra do hospital. Policiais se deslocaram até lá e constataram que o veículo citado na denúncia estaria no empreendimento realizando trabalho de limpeza em parte da obra.
Ainda segundo a ocorrência, os militares, em contato com o encarregado do Demlurb, teriam sido informados de que alguns homens em atitude suspeita tinham sido vistos no local. A PM entrou no terreno para vistoriar e deparou-se com três homens tentando deixar a área com várias barras de alumínio. Eles foram perseguidos até o lado externo da obra e detidos.
Com o homem de 42 anos os policiais localizaram uma sacola com quatro alicates e uma luva, que, possivelmente, foram usados para a retirada do alumínio. Questionados sobre o furto, eles relataram que o material estava jogado no terreno e que, devido a problemas financeiros, resolveram recolher o material para vender. Eles receberam ordem de prisão em flagrante e foram levados para a delegacia de Santa Terezinha.
Danos em tapumes facilitam invasões
À Tribuna, pessoas que costumam fazer caminhada pelo trecho da Avenida Coronel Vidal, que fica na parte de trás do Hospital Regional, relataram que, já há algum tempo, têm percebido danos em alguns pontos da cerca de alumínio que delimita o terreno do empreendimento. Além disso, neste trecho, um portão de acesso ao local estaria permanecendo aberto.
A preocupação é com a possibilidade de que estas aberturas sejam utilizadas por criminosos, que podem se esconder no local para fazer consumo de drogas ou para esconder-se, entre outras situações. “Costumo fazer caminhadas por aqui, depois das 18h, e tenho medo de ter alguém escondido dentro dessa obra, alguém que possa me agarrar e me puxar lá para dentro”, afirmou a comerciante Luciene Alves, de 48 anos, que costuma caminhar pelo trecho.
Em novembro de 2020, a Tribuna divulgou que um homem de 44 anos foi flagrado pela Guarda Municipal entrando no terreno por meio de uma fresta no tapume de proteção. Ele foi encontrado no quarto andar do prédio, onde teria furtado canos de cobre. A situação é a mesma que a relatada em outras ocasiões por leitores da Tribuna.
Já em matéria publicada em meados de janeiro, a Tribuna mostrou que parte dos tapumes caíram após as fortes chuvas que atingiram a cidade no começo do ano. Na ocasião, a reportagem também flagrou que o mato tem tomado conta do local.
Medidas de vigilância
À Tribuna, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) informou que já notificou a Prefeitura, solicitando que fossem adotadas medidas para contratação de serviços de vigilância para o empreendimento, com o objetivo de coibir invasões, depredações, roubos e outros danos. Conforme os termos do convênio celebrado entre a SES-MG e Administração da cidade, a responsabilidade da titularidade do terreno é do município de Juiz de Fora.
Já a Prefeitura esclareceu que a obra de construção do Hospital Regional é uma ação do Governo do Estado de Minas Gerais e, sobre as denúncias de furto dos materiais, afirmou que sua Secretaria de Segurança e Cidadania e o Gabinete de Inteligência da Polícia Militar estão em contato para investigação do caso.
Retomada das obras
Sobre as obras dos hospitais regionais, incluindo o de Juiz de Fora, a SES-MG ressaltou que o tema está entre as pautas prioritárias da atual gestão do Governo de Minas. “Novos estudos deverão ser realizados para que a retomada das obras ocorra o mais rápido possível”, disse a pasta. A paralisação da construção do hospital ocorreu em fevereiro de 2017, sob a gestão anterior do Governo mineiro, devido à falta de recursos financeiros.
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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora
