Desabastecimento de máscaras é tema de reunião entre governo e setor produtivo

Representantes do Ministério da Saúde vão se reunir nesta sexta-feira (28) com a Abimo, Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos. A entidade representa empresas que participaram da licitação de itens para proteger profissionais de saúde que vão enfrentar o surto de coronavírus no Brasil.

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, informou nessa quinta-feira (27) que pelo menos cinco dos 21 itens licitados simplesmente não foram entregues pelas empresas. De acordo com ele, os fabricantes de máscaras venderam não apenas os produtos, mas a capacidade produtiva pelos próximos meses, inclusive para a China. Por isso, faltam aventais e máscaras no mercado brasileiro. Gabardo afirmou que o governo vai agir com rigor e pode até mesmo apreender essas mercadorias.

De acordo com o boletim mais recente divulgado pelo Ministério da Saúde, o Brasil tem 132 casos suspeitos, 1 confirmado e 60 descartados para coronavírus. Mas o secretário-executivo do Ministério, João Gabbardo, informou que, nesta sexta, esse número pode passar de 300, porque outras 213 notificações ainda estavam em análise para saber se serão consideradas suspeitas ou não.

Desses 132 casos suspeitos, oito são de pessoas que apresentaram sintomas de contaminação pelo novo coronavírus após terem contato com pacientes considerados em situação suspeita. O novo coronavírus causa uma doença chamada covid-19, que é uma pneumonia grave. Os mais vulneráveis são aqueles com baixa imunidade, como idosos, crianças pequenas, gestantes e pessoas que já estejam em tratamento de saúde.

O ministério alerta que a melhor forma de prevenir a infecção é manter em dia o calendário de vacinação e adotar hábitos de higiene, como lavar sempre as mãos; não colocar os dedos nos olhos, na boca ou no nariz; não compartilhar objetos de uso pessoal, como toalha e talheres; e evitar contato pessoal, como apertar as mãos e beijar – mesmo que não seja na boca. O secretário-executivo João Gabbardo também comentou que não faria muito efeito fiscalizar os aeroportos.

Ao chegar ao Palácio da Alvorada nessa quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro lamentou o primeiro caso confirmado de coronavírus no Brasil e contou que recebeu pedidos para fechar fronteiras e proibir a chegada de voos da Europa. Ele afirmou que é uma realidade ruim que a gente vai ter que enfrentar e que o país está fazendo o possível.

Bolsonaro Lembrou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou US$ 1 bilhão para o combate à epidemia e que, nas palavras dele, para o governo brasileiro, destinar R$ 1 milhão já é complicado. Sobre as viagens internacionais, Bolsonaro disse que pode cancelar a viagem para a Itália, prevista para ocorrer entre abril e maio.

Ele confirmou a ida ao Uruguai (1), no domingo, para a posse do novo presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, e uma reunião com o novo presidente da Argentina, Alberto Fernandez. Jair Bolsonaro deve ir e voltar no domingo. E o Palácio do Planalto confirmou a viagem presidencial para Miami, nos Estados Unidos, na segunda semana de março, quando Bolsonaro vai encontrar empresários.

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