Na tarde desta terça-feira (14), a fiscalização em estabelecimentos da cidade de Uberaba gerou desconforto em pacientes de uma clínica psiquiátrica particular. A medida realizada pelo Comitê da Prefeitura Municipal tem o intuito de monitorar as ruas e verificar se as indicações de prevenção ao coronavírus estão sendo seguidas por comerciantes e pela população.
Porém, a reportagem do Jornal da Manhã foi acionada após uma situação em um consultório médico, no bairro Fabrício. Segundo uma das pacientes, Wanessa Navarro, a Vigilância Sanitária estava tentando impedir o atendimento.
“Faço acompanhamento, tenho síndrome do pânico e fazia um tempo que não ia, minhas consultas são de três em três meses. Chegando lá encontrei com a Vigilância tentando barrar o médico e o atendimento. Não tinha aglomeração de paciente e todos estavam usando máscara”, explicou Wanessa. Na avaliação da paciente, este tipo de atendimento médico deve ser considerado essencial.
Ela explicou que o médico foi liberado para atender os pacientes que aguardavam, por horário marcado na terça, mas que depois só serão feitos atendimentos de emergência.
“A meu ver, nós todos que fazemos acompanhamento psiquiátrico somos pacientes de emergência, porque precisamos da consulta. Não tem como eu especificar e contar para o meu médico o que estava sentindo por videoconferência. Fiquei indignada com o decreto, não faz sentido, vemos pessoas na fila do banco, fila de lotéricas circulando, presenciamos isso. Agora ser privado de ser atendido por necessidade?”, questionou.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da Prefeitura de Uberaba. A Vigilância Sanitária (Visa) esclareceu que recebeu uma denúncia de que uma clínica psiquiátrica estava atuando em desacordo ao decreto 5.372 de 20 de março. O documento indica que ficam excluídos do fechamento as clínicas e laboratórios para vacinação e atendimento oncológico; as demais podem ter atendimento presencial desde que em situações de urgência/emergência. Desta forma, as consultas constatadas no momento da fiscalização não estavam de acordo com decreto, pois eram retorno e consultas eletivas, segundo a Visa.
Ainda segundo a assessoria, o médico foi autuado e orientado quanto ao decreto, com prazo para a defesa. A clínica poderá funcionar com atendimento presencial, mas dentro do que determina o decreto 5.372 de 20 de março, com atendimento de urgência/emergência. Outras clínicas médicas de diversas especialidades são fiscalizadas também pela Visa.
Nesta terça-feira (14), segundo dados da Secretaria de Defesa Social, foram feitas 208 advertências e orientações e aplicadas 15 multas. O trabalho do Comitê de Fiscalização reúne fiscais de diferentes secretarias.
Postado originalmente por: JM Online – Uberaba
