Resultado de agosto foi o melhor para o mês nos últimos 15 anos, aponta a Fiemg
O faturamento do setor industrial de Minas Gerais cresceu 5,4% no mês de agosto deste ano quando comparado ao mês anterior. A informação é da Pesquisa Indicadores Industriais (Index), divulgada ontem pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Segundo a entidade, esta é a maior expansão para o mês em 15 anos.
O referido aumento ocorreu em virtude da expansão de 7,3% do segmento da indústria de transformação.
Em comparação com agosto de 2021, o mesmo indicador identificou uma elevação de 11,8%, explicada pela expansão de 17,7% na indústria de transformação. Já no acumulado entre janeiro e agosto deste ano, o índice geral avançou 2,4%, também em virtude do incremento do mesmo segmento em 3%. Quanto aos últimos 12 meses, o indicador geral cresceu 2,2%, reflexo dos aumentos nas indústrias extrativa, de 6,5%, e da transformação, com 1,8%.
Para explicar estes crescimentos, a analista de Estudos Econômicos da Fiemg, Júlia Silper, conta que o resultado é um reflexo do bom desempenho da economia brasileira. “O destaque desta edição da pesquisa foram dois crescimentos interessantes, tanto em faturamento, com 5,4% de alta, quanto nas horas trabalhadas pela produção, que teve aumento de 4,2%. Trata-se de dois crescimentos recordes, sendo o de faturamento o maior crescimento no mês de agosto desde o início da nossa série histórica em 2007. Já o de horas trabalhadas, é o maior resultado desde o início da nossa série histórica em 2003”, elenca.
Esses resultados positivos, segundo Júlia Silper, foram puxados pelo aumento produtivo do setor da indústria de transformação. Ela explica que este segmento é composto pelas várias atividades do âmbito produtivo, dentre elas o setor alimentício, metalúrgico, automotivo, de alumínio, de vestuário, dentre outros.
“Quando a gente olha para os resultados do acumulado do ano, que estão relacionados de janeiro até agosto, comparando com o mesmo período do ano passado, vemos outra performance muito boa, tanto de indicadores de atividades que foram trabalhadas, com alta de 1,7%, quanto dos indicadores de emprego, com elevação de 1,2%. Isso comprova que, ao longo do ano de 2022, a indústria tem se dado muito bem”, avalia a especialista.
Dentro de uma análise que avalia o acumulado do ano até agosto de 2022, o emprego da indústria geral avançou 1,2%. Esse aumento ocorre em virtude da expansão de 1,4% na indústria de transformação. Já nos últimos 12 meses, o indicador registrou acréscimo de 2,7%, em decorrência das elevações nos dois segmentos da indústria.
A indústria geral é composta pela indústria de transformação e a indústria extrativa mineral, majoritariamente representada pela extração de minério de ferro.
Com relação aos indicadores do mercado de trabalho, o emprego e a massa salarial ficaram estáveis em agosto frente a julho deste ano. Por sua vez, o rendimento médio real caiu 0,7%, mas essa queda não representa impacto negativo.
Conjuntura econômica
De acordo com a pesquisa, a indústria está conseguindo se desempenhar muito bem no decorrer de 2022 diante do atual cenário econômico. Para Silper, esse otimismo vem sendo motivado pelo aumento do consumo das famílias e do mercado. “O setor da indústria tem desempenhado muito bem neste ano, e isso se dá também porque recentemente houve queda da inflação, na retenção de alíquotas de ICMS para combustíveis, comunicação e energia elétrica, por exemplo. Isso aumenta a disponibilidade de renda das famílias, o que acaba contribuindo para esse ciclo de crescimento do setor industrial”, observa a analista.
No entanto, um fator essencial que acende um alerta está ligado à desaceleração do crescimento econômico mundial, especialmente ligado à China. Tal acontecimento pode prejudicar nos próximos meses importantes setores industriais do Estado que dependem do País para negociações.
Eleições presidenciais
Apesar do otimismo com relação ao cenário econômico, o setor industrial ainda possui cautela de mercado diante da corrida eleitoral para a escolha da nova gestão presidencial. “Ao meu ver, as eleições presidenciais acabam impactando no status de espera, aguardando com cautela a consolidação das votações, para que, com confiança, sejam tomadas as novas decisões”, enfatiza Julia Silper.