Desde a segunda-feira de carnaval (4), o cozinheiro Dener Otaviano da Silva, de 23 anos, está desaparecido. Seus familiares e amigos, em desespero, buscam informações sobre o seu paradeiro. O jovem, morador do Bairro Dom Bosco, na região da Cidade Alta em Juiz de Fora, saiu direto do local de trabalho naquele dia para curtir um bloco carnavalesco, no município de Matias Barbosa, distante 25 quilômetros, mas não voltou.
Testemunhas relataram aos parentes que Dener teria se sentido mal e sido acometido por um surto depois de beber um coquetel servido a ele, uma vez que não tinha o costume de ingerir bebida alcoólica. Ele teria se sentido coagido e fugiu do local onde o bloco se preparava para o desfile. O jovem teria caído nas águas do Rio Paraibuna e se afogado. O boné que ele usava foi encontrado caído no chão em um estacionamento às margens do rio. De acordo com um dos boletins de ocorrência registrados sobre o desaparecimento do rapaz, pessoas informaram que ele possivelmente tinha caído no rio próximo à ponte de que dá acesso ao Bairro Banheirinho.
Nas redes sociais, a família de Dener postou um vídeo no qual solicita para que quem tiver informações a respeito do jovem possa colaborar com as buscas. Na mesma postagem, a mãe dele, Regina Célia Otaviano, faz um desabafo, pois, segundo ela, desde o sumiço do filho, sua família se sente vítima de um “jogo de empurra-empurra” entre as polícias Militar e Civil. “Eu estou aqui pedindo, implorando providências. Já faz cinco dias que o meu filho sumiu e resposta eu não estou tendo de ninguém. Eu bato palmas para os bombeiros, que foram os únicos que me acolheram, porque a Polícia Militar de Matias Barbosa fechou a porta na minha cara, falando que estava em recesso. Está um jogo de empurra. Quero uma resposta”, afirma a mulher, indignada, no vídeo. Ela afirma que o filho não usava drogas e era trabalhador e que ela aguarda notícias sobre o sumiço do rapaz, uma vez que pode ter acontecido um crime contra ele.
A namorada de Dener conversou com a Tribuna, nesta segunda-feira (11), e disse que a mãe do cozinheiro está muito abalada e que, por isso, seria melhor ela não conversar sobre o caso com a imprensa. “Hoje (segunda-feira) faz uma semana que o Dener desapareceu e até agora não temos uma informação sobre o que teria acontecido. Nada tem sido feito para saber onde ele está, o que aconteceu de fato. Disseram até que iriam mandar cachorros farejadores para Matias a fim de procurá-lo, no domingo, mas isso não aconteceu. Só o Corpo de Bombeiros mantém as buscas”, afirmou Letícia. Ainda segundo ela, o namorado trabalhava como cozinheiro em um restaurante no Bairro Aeroporto, em Juiz de Fora, sendo uma pessoa muito querida e alegre. “Ele não tinha maldade, não devia nada para ninguém. Era supertranquilo”, afirmou.
Órgãos afirmam que caso está sendo investigado
Sobre o desaparecimento de Dener, a Polícia Militar informou que tudo que cabia à corporação a fim de atender a família foi realizado, pois, como se tratava de relatos e não havia corpo, a ocorrência é típica de atendimento do Corpo de Bombeiros. De acordo com a assessoria da 4ª Região de Polícia Militar (4ªRPM), no dia 5 de março a ocorrência sobre o desaparecimento da vítima foi registrado e as orientações devidas foram repassadas ao familiares. A partir disso, “começou-se a realizar incansavelmente buscas tanto por parte da Polícia Militar quanto dos Bombeiros Militares na tentativa de encontrar a pessoa desaparecida”, afirmou a assessoria.
Já a Polícia Civil informou que o caso já está sendo investigado pelo delegado Rodrigo Ciscotto, na Delegacia de Matias Barbosa. Um inquérito policial foi instaurado e foi ouvida a última testemunha que teve contato com o rapaz, um taxista que presenciou o momento em que o jovem pulou no rio. Conforme a assessoria, os policiais seguem em diligências apurando os fatos e verificando se existem possíveis câmeras próximo aos locais onde possivelmente Dener possa ter passado, no intuito de elucidar o caso.
O Corpo de Bombeiros informou que está em constante contato com os familiares e realizando buscas pela vítima desaparecida desde o dia do primeiro acionamento, que foi no período do carnaval. “Nossos recursos humanos e materiais estão sendo empregados todos os dias para que seja feita uma varredura pela possível área do desaparecimento. Continuaremos até que ele seja encontrado. Caso não seja, estudaremos outras possibilidades. Mas, a princípio, nossa conduta é de continuarmos com as buscas”, informa a nota dos bombeiros.
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