Faculdade Machado Sobrinho comemora 50 anos

Em meio à comemoração dos 50 anos de história, a Faculdade Machado Sobrinho avalia a implementação de quatro novos cursos de graduação. As disciplinas “são bem atuais e voltadas para o mundo que estamos vivendo”, conforme o diretor-geral, José Luiz de Souza Botti. O processo está em fase de avaliação pedagógica e ainda passará pelo crivo do Ministério da Educação (MEC). À medida em que a análise é realizada, a Faculdade Machado Sobrinho retoma a própria história de pioneirismo, em Juiz de Fora e Minas Gerais, do movimento empresa júnior à pós-graduação lato sensu, para celebrar as cinco décadas de ensino superior.

“Discute-se muito, hoje em dia, o que é ensinado nas faculdades, como é ensinado e porque é ensinado. Alguns pesquisadores dizem que uma faculdade tem que responder às três perguntas, respectivamente, da seguinte forma: ensino com conteúdos prontos, metodologias atuais e empregar o aluno ou incentivá-lo a empreender. (…) Se uma faculdade só reproduz, a tendência é que tenha uma situação difícil. Mas, se for capaz de inovar e se afastar de atividades rotineiras, pode ser que tenha um futuro melhor pela frente. A Faculdade Machado Sobrinho está nesta direção”, afirma Botti, a respeito dos cursos. Atualmente, dentre bacharelado e tecnólogo, a instituição oferece sete cursos: Administração, Ciências Contábeis, Engenharia Ambiental, Engenharia de Produção e Psicologia, de ensino profissional; Eventos e Produção Cênica, de ensino tecnólogo.

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José Luiz de Souza Botti é diretor-geral da Faculdade Machado Sobrinho desde 2005 (Foto: Fernando Priamo)

Apesar de raízes educacionais centenárias – ao menos desde 1912 mantém atividades de ensino fundamental -, o grupo Machado Sobrinho instituiu-se, apenas em 1969, enquanto “Faculdade de Ciências Contábeis e Administrativas”, uma das primeiras instituições a oferecê-los em Juiz de Fora. “Na época, Juiz de Fora era muito carente, pois já tinha um número substancial de empresas. Esta carência leva a Faculdade Machado Sobrinho a surgir também, pioneira entre o sistema de ensino federal e particular. O que a faculdade contribuiu para o desenvolvimento social, econômico, político e cultural de Juiz de Fora é algo que não tem como dimensionar, porque foi a primeira a abastecer todas essas empresas”, ressalta Botti. Conforme o diretor-geral, cerca de oito mil profissionais formaram-se na Machado Sobrinho ao longo destes 50 anos.

Entretanto, se somados os alunos do programa de pós-graduação lato sensu – especialização por meio de cursos MBA (Mestre em Administração de Negócios) -, em operação desde 1981, o número aproxima-se de onze mil. “Não existia pós-graduação lato sensu em Juiz de Fora. É outro momento de contribuição rigorosa com o desenvolvimento social e econômico de Juiz de Fora e região”, pontua. “Recebíamos alunos de todas as cidades adjacentes. Eu mesmo trabalhei muito tempo na pós-graduação, pois fui coordenador e professor também, então convivia com os estudantes, profissionais já formados destas cidades vizinhas, como Três Rios (RJ), Petrópolis (RJ), Além Paraíba, Santos Dumont, Barbacena, São João Nepomuceno e Lima Duarte.”

Primeira empresa júnior de Minas

O pioneirismo da Faculdade Machado Sobrinho estende-se também ao movimento empresa júnior, uma vez que a Masci Consultoria, fundada em 1990 na instituição, é a primeira do estado. “É outro avanço da faculdade. Não existia empresa júnior em Minas Gerais. Essa empresa júnior surge com uma ex-aluna da Faculdade Machado Sobrinho, a professora Inês Gomes Gouveia. (…) Em torno desta ideia, reúnem-se professores e alunos que tinham muito interesse em se desenvolver também como empreendedores. A Inês, o Gustavo e mais um outro aluno foram à São Paulo para conhecer a empresa júnior da Universidade de São Paulo (USP). E trazem os conhecimentos desta empresa júnior para cá”, relata Botti. A Masci presta serviços de consultoria nos setores administrativo, contábil, engenharia de produção e psicologia.

Citado por Botti, Gustavo Travassos, 51 anos, mora, atualmente, em Belo Horizonte, onde é empresário. Conforme Travassos, aquele grupo tinha “muita energia e inquietude”. “O fato de eu ter saído (de Juiz de Fora) e montado empresas foi porque tinha experimentado montar uma consultoria júnior nos tempos de faculdade. (…) Hoje, o pouco que consegui fazer e construir certamente foi pela influência da faculdade. Como tinha um grupo de alunos engajados, vimos esse movimento de empresa júnior começando a acontecer, se não me engano, na USP, e, rapidamente, tocamos o modelo para a Machado Sobrinho.” Além de cursar Administração na Faculdade Machado Sobrinho, Travassos especializou-se em Marketing antes de se mudar para a capital mineira.

De acordo com o egresso, há novidades por vir; um grupo de ex-alunos discute meios de retribuir para a instituição a formação conquistada. “Há uma nova iniciativa, que deve acontecer a partir deste aniversário, partindo dos alunos, que vai ser disruptiva também para a região. A princípio, estamos estruturando uma associação de ex-alunos no modelo das grandes universidades norte-americanas, como Harvard e Massachusetts Institute of Technology (MIT). Estamos querendo tocar em Juiz de Fora, pela primeira vez, uma estrutura de ex-alunos. Se acontecer, de novo vai ser a primeira de Minas e, talvez, uma das primeiras do Brasil em faculdades particulares.”

Joaquim Laércio, o decano

Se a Faculdade Machado Sobrinho comemora 50 anos de história, o professor Joaquim Laércio Fonseca de Castro celebra 50 anos de casa. Joaquim Laércio é o decano da instituição, uma vez que é um dos seus quadros desde a fundação. “Tinha concluído o mestrado e ingressado como professor na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em 1968. O professor João Pedrosa Castelo, também professor na UFJF, me convidou para compor o quadro docente da Faculdade Machado Sobrinho, da qual ele foi o primeiro diretor”, conta. Na UFJF, Joaquim Laércio permaneceu até 1998. “Tenho o privilégio de gostar de estar na sala de aula. E o Machado sempre me proporcionou a oportunidade de viver o magistério tendo um ambiente de trabalho colaborativo.”

O carinho dos alunos a Joaquim Laércio é demonstrado por meio de homenagens das turmas formandas; o professor sempre é agraciado. Nas comemorações pelos 50 anos, Joaquim Laércio, por exemplo, foi o responsável por ministrar, no último sábado (26), uma aula especial à turma de 1979. “Mesmo tendo exercido outras atividades, considero que o eixo da minha vida profissional é o magistério. O Machado se destaca por ter sido a instituição em que trabalhei por mais tempo e onde tive a oportunidade de convivência com um maior número de alunos. Além disso, essa instituição sempre recebeu alunos de diferentes segmentos, muitos profissionais já atuantes no mercado de trabalho, o que tem sido uma experiência muito enriquecedora.”

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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