Exportações de cachaça de MG registram expansão de 135%

Demanda cresce com a retomada das atividades econômicas após período mais crítico da pandemia

A retomada das atividades econômicas e das festas após o período mais crítico da pandemia de Covid 19, aliada às ações desenvolvidas para a capacitação e promoção do setor, está contribuindo para alavancar as exportações de cachaça. Nos primeiros 11 meses do ano, somente em Minas Gerais, foi registrada alta de 135% em valor e de 86% no volume de cachaça embarcada. As expectativas para o próximo ano são positivas e as vendas da bebida típica e exclusiva do Brasil devem se manter aquecidas.

De acordo com o Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), Minas Gerais exportou, entre janeiro e novembro de 2022, cerca de 378 mil litros de cachaça, volume que supera em 86% o volume embarcado em igual intervalo de 2021.

De janeiro a novembro, a movimentação com as exportações de cachaça chegou a US$ 2,069 milhões no Estado – alta de 135% frente aos primeiros 11 meses de 2021. O resultado fez com que Minas Gerais saísse da quinta posição para terceira, ficando atrás apenas de São Paulo e Pernambuco. O Estado respondeu por 11,2% do valor do Brasil.

No mesmo período, o volume de cachaça mineira embarcada representou 4,4% do total exportado pelo Brasil e manteve o Estado em quinto lugar entre os maiores exportadores, atrás de São Paulo, Pernambuco, Paraná e Rio de Janeiro.

No Brasil, mantendo-se a base comparativa com janeiro a novembro de 2021, os embarques da cachaça apresentaram crescimento de 54,74% em valor, que chegaram a US$ 18,47 milhões. Ao todo, foram 8,6 milhões de litros, ou 30,38% a mais.

O diretor executivo do Ibrac, Carlos Lima, explica que houve uma retomada importante do mercado da cachaça em 2022.

“Quando olhamos o contexto nacional, Minas Gerais foi um dos Estados que teve um crescimento expressivo tanto em termos de valor (135%) como de volume (mais de 86%). A alta dos embarques ocorreu por uma conjunção de fatores. Vivemos um momento muito positivo de retomada dos eventos presenciais no mundo todo, de retomada das nossas exportações e de investimentos das empresas na inserção e na promoção da cachaça no mercado internacional. O aumento também é resultado das ações do projeto setorial da promoção da cachaça no mercado internacional”.

O Ibrac, em conjunto com parceiros, vem desenvolvendo uma série de projetos que tem objetivo de organizar, capacitar e promover a cachaça no mercado internacional. Além do Projeto Setorial de Promoção às Exportações de Cachaça – Cachaça: Taste The New, Taste Brasil, também é desenvolvido o Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX).

Em Belo Horizonte, foi inaugurada este ano a sede do núcleo de capacitação especializado em exportação de Cachaça da Região Sudeste do Brasil, o PEIEX Agro Cachaça da Região Sudeste. A iniciativa ajuda o empresário a se preparar para exportar o produto. A capacitação oferecida é bem abrangente e informa os padrões de cada mercado a ser atendido. As empresas participantes têm acesso a informações essenciais como padrão de vasilhame conforme mercado, rotulagens que precisam ser seguidas para os mercados trabalhados, a tributação das bebidas alcoólicas e da cachaça nos mercados de destino.

Os produtores de cachaça de Minas Gerais também têm recebido estímulo do governo do Estado. No início de dezembro, durante o IV Seminário Mineiro da Cachaça – Políticas Públicas de Promoção da Cachaça Mineira no Mercado Internacional, na Capital, produtores, técnicos e instituições representativas do setor discutiram a inserção da cachaça no mercado externo, além de debaterem a valorização da produção mineira.

“A gente tem o foco de promover a inserção de novas empresas no mercado internacional. Então, estamos capacitando micro e pequenas para que elas possam atuar. Já temos o resultado de empresas que não exportavam e agora já negociam com o mercado externo. A gente conseguiu ter resultados positivos tanto no aumento das exportações das empresas apoiadas pelo projeto quanto no número de empresas apoiadas. Hoje, são 64 no País, sendo que destas, 47 são micro e pequenas empresas”, explicou Lima.

Segundo o subsecretário de Política e Economia Agropecuária da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), João Ricardo Albanez, o seminário da cachaça é importante para o setor e reuniu palestrantes de alto nível, com a participação ativa dos produtores.

“O seminário cumpriu o objetivo de preparar os produtores para atingir mercados diferenciados. Neste contexto, alguns países compradores já se destacam como Portugal, Itália, Paraguai e os Estados Unidos. Mas nós queremos ampliar, fazendo com que, a partir deste seminário, os produtores possam visualizar outros mercados e apresentar seus produtos”, relatou o subsecretário, em nota divulgada pela entidade.

Foto: Divulgação/IMA.

As informações são do Diário do Comércio.

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