Escarpas do Lago fica sem água durante feriado

Turistas e moradores se revoltam com a falta de fornecimento de água no balneário, interrompido durante o feriado de Ano Novo. A situação na localidade se mostra recorrente nos últimos anos.

O prefeito de Capitólio, José Eduardo Terra Vallory, afirma que não pretende renovar o contrato com a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), que vence este ano, devido à precariedade dos serviços prestados à cidade. Para a revolta dos turistas, o fornecimento de água no balneário Escarpas do Lago, em Capitólio, foi interrompido durante o feriado de Ano Novo. A situação de falta de água na localidade se mostra recorrente nos últimos anos.

Só no site da empresa, já se encontram quatro notas informativas sobre falta de água em Capitólio durante o ano de 2019, além desta última na virada do ano. Em Escarpas do Lago, a última nota foi feita em 9 de novembro de 2019 e a justificativa foi “falta de energia elétrica na área da estação de tratamento de água”.

O prefeito da cidade de Santo Antônio do Monte, Leonardo Camilo, foi um dos turistas incomodados com a falta de água. Ele estava hospedado com sua família e amigos em Escarpas do Lago no fim de ano e, para contornar a situação, chegou a alugar um caminhão-pipa. “Frequento Escarpas já tem um tempo já. Adoro este lugar aqui. Na verdade, eu nunca tinha tido esse desprazer de não ter água. Passar um feriado sem água nas nossas casas. E eu falo ‘nossas’ porque não é só na casa que a gente tá hospedado que não tem água. São centenas de casas que estão sem água. Acho que é uma falta de respeito muito grande da concessionária, da Copasa, com os frequentadores, com as pessoas que movimentam a economia de Capitólio e, com certeza absoluta, é um vilão grande da arrecadação do município. A meu ver, as autoridades competentes tinham que se manifestar, tinham que procurar a Copasa para solucionar esse problema, isso aí se chama falta de investimento, só, mais nada”, relatou Leonardo.

 

O jornalista Edgar Rodrigues, antigo morador de Capitólio, afirmou que a situação é tão vergonhosa e recorrente que foi feita uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o que está acontecendo com a Copasa em Capitólio. “É algo inaceitável nos dias de hoje, com tanta tecnologia que nós temos na questão de engenharia, de fornecimento de água etc. E essa companhia está aí fazendo esse desmando na cidade de Capitólio”, disse ele, “a população de Capitólio, os capitolinos, não merecem isso e muito menos os turistas, que se deslocam das suas cidades para visitar a cidade e não encontram água […]. Então, é lamentável, uma situação deplorável, vamos dizer, assim, o que está acontecendo na cidade de Capitólio. É preciso agir, e rápido, as autoridades do município, em relação a isso”.

Quando questionado a respeito, o prefeito de Capitólio relatou que não pretende renovar contrato com a Copasa. “É o que podemos fazer. Estamos indo atrás, cobramos, como eu disse, já fomos em todas as instâncias, de Ministério Público a deputados, à presidência e diretoria da empresa. Muitas coisas foram feitas, mas ainda fica muito a desejar”, afirmou. A ideia é que com isso não haja necessidade de entrar em méritos judiciais com a empresa, “porque se formos entrar em uma ação judicial, isso é briga para dois, três, quatro anos, infelizmente, porque o tempo de resposta do Judiciário muitas vezes é demorado pelo volume de processos que tem. Então, nós precisamos de respostas; temos pressionado a Copasa”.

O prefeito ainda disse que os casos críticos de falta de abastecimento de água na cidade foram resolvidos pela Copasa. “Eles estão tomando medidas que eu vi, presenciei aqui na sede do município, que já melhoraram o abastecimento aqui na sede”, afirmou Vallory, afirmando que pequenas falhas acontecem em qualquer sistema e, por isso, em um ou outro ponto possa haver falta de água.

 

Copasa alega sobrecarga de abastecimento

PIUMHI – O caso em Escarpas do Lago aconteceu, de acordo com a Copasa, devido a uma sobrecarga de abastecimento. Segundo o prefeito José Eduardo Terra Vallory, “Capitólio é abastecido com uma produção de água de 24L/s. Em Escarpas do Lago, eles estavam captando 42L/s, embora seja menor que Capitólio. Está tendo um abastecimento, uma produção de água, quase o dobro, tanto na capacitação quanto no reservatório”.

Com isso, houve uma “uma pane em uma bomba que joga água para o reservatório mais alto, lá que é onde abastece algumas determinadas ruas e áreas do bairro. Então, até que se trocasse essa bomba, teve problema”. Assim, a falta de abastecimento durante a virada do ano não foi localizada em Escarpas, mas, sim, generalizada.

Para impedir que a situação se repita, o prefeito evidencia que o problema não é com a Prefeitura e, sim, com a má administração da Copasa. Dessa forma, ele solicitou aos cidadãos que se mobilizassem, “para manifestar a justa revolta de cada um, o que expressa a insatisfação da comunidade e justifica a necessidade de adotarmos medidas mais enérgicas”, disse em nota da Administração Municipal de Capitólio. Os sites e canais de contato são: www.copasa.com.br; telefone para reclamações à Copasa: 115; www.cemig.com.br; Ouvidoria da Cemig: [email protected] ou 08007283838.

 

 

 

Via Folha da Manhã

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Postado originalmente por: Portal Onda Sul – Carmo do Rio Claro

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