Belo Horizonte atravessa uma epidemia de dengue. A última atualização da Secretaria Municipal de Saúde da cidade mostra um impressionante crescimento em comparação ao ano passado: de janeiro a junho de 2019 já foram confirmados 32,5 mil casos, enquanto, no mesmo período de 2018, tinha sido anotados 187 doentes – uma quantidade 173 vezes maior.
Os números podem ficar ainda mais assustadores, já que 54.113 casos suspeitos estão sendo investigados. A regional que contempla o maior número de confirmações é a do Barreiro, com 10.610.
A epidemia da doença é cíclico, segundo afirma a infectologista Marize Fonseca. De três em três anos, há um surto de dengue em BH. “Se você pegar os anos anteriores verá que a cada três anos nós temos uma epidemia da doença. Neste ano, o sorotipo 2 está atuando ele é associado a quadros graves”, afirma a especialista, que também é professora de Medicina da UFMG.
De fato, nesse mesmo período (de janeiro a junho), já tinham sido registrados quase 90 mil casos em 2016 (veja no gráfico abaixo). Como Marize ressaltou, este ano tem um elemento ainda mais preocupante: a gravidade do tipo de doença, o sorotipo 2 – ao todo, são quatro tipos.
“Na série histórica do município de Belo Horizonte, já foram registradas três grandes epidemias: em 2010, 2013 e 2016, com a confirmação de 50.025 casos no ano de 2010, 96.126 em 2013 e 154.615 em 2016. A epidemia atual apresenta números, até o momento, semelhantes à de 2010”, afirma a Prefeitura de Belo Horizonte.
Zika e chikungunya
Outras duas doenças transmitidas pelo Aedes aegypti são a zika e a chikungunya.
Em Belo Horizonte, foram notificados 186 casos de chikungunya, em residentes da capital. Foram confirmados 45 casos, dentre os quais, 12 foram contraídos no município, dez importados e 23 foram contraídos em locais com origem indefinida. Há 141 casos em investigação para a doença.
Já a zika, em 2019, foram notificados 213 casos de zika em residentes de Belo Horizonte. Há um caso confirmado para a doença, 106 casos foram descartados e 106 permanecem em investigação.
Sintomas
Os sintomas da dengue clássica são febre alta (geralmente dura de 2 a 7 dias), dor de cabeça, dores no corpo, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, náuseas, vômitos e manchas vermelhas no corpo.
Nos casos graves o doente também pode ter sangramento da mucosa (nariz, gengivas), dor abdominal intensa, vômitos persistentes, diminuição repentina da temperatura ou hipotermia.
As formas de prevenção consistem em eliminar os focos do mosquito Aedes aegypti.
O que fazer?
Entre as ações realizadas pela prefeitura para o enfrentamento da dengue na cidade estão medidas para o reforço no atendimento à população, como três Centros de Atendimento à Dengue (CAD), a inauguração de uma unidade de hidratação e ainda a abertura de centros de saúde aos sábados.
Os CADs são um serviço especializado para atender de forma espontânea pessoas com sintomas de dengue. O objetivo é agilizar os atendimentos, ampliar o acesso da população e reduzir a espera e a demanda nas UPAs. O funcionamento é de 7h às 18h, todos os dias da semana.
Confira os endereços:
CAD1 – Barreiro – Complexo Barreiro / Referência para Barreiro, Oeste e Noroeste. Endereço: Praça Modestino Sales Barbosa, 100, Flávio Marques Lisboa.
CAD2 – Venda Nova – 2º andar da UPA Venda Nova / Referência para Venda Nova, Pampulha e Norte.
CAD3 – Nordeste – UPA Nordeste / Referência para Nordeste, Centro-Sul e Leste.
A unidade de hidratação foi inaugurada no dia 22 de abril, na UPA Centro-Sul. O local conta com 25 leitos exclusivos para pacientes que precisam receber hidratação venosa. O serviço funciona durante 24 horas e atende pacientes encaminhados pelas outras unidades via transporte sanitário ou Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
Além disso, a Prefeitura também abre, aos sábados, centros de saúde para atendimento a pacientes com dengue. No último dia 27, foram abertos os seguintes centros:
- Centro de Saúde São Bernardo – Norte (rua Vasco da Gama, 334 – São Bernardo)
- Centro de Saúde Andradas – Venda Nova (rua Mariana Amélia de Azevedo, 21 – São João Batista)
- Centro de Saúde Tirol – Barreiro (rua Nélio Cerqueira, 15 – Tirol)
- Centro de Saúde Santa Terezinha – Pampulha (rua Senador Virgílio Távora, 157 – Santa Terezinha)
- Centro de Saúde São Paulo – Nordeste (rua Padre José Alves, 357 – São Paulo)
- Centro de Saúde Vila Imperial – Oeste (rua Guilherme Pinto da Fonseca, 350 – Madre Gertrudes)
- Centro de Saúde Carlos Prates – Noroeste (rua Frederico Bracher Júnior, 103 – Carlos Prates)
Postado originalmente por: Portal Sete