Com a proximidade da segunda celebração mais importante para o cristianismo, as ruas, igrejas, casas e diversos outros lugares vão ganhando as cores e os símbolos do Natal, festa do nascimento de Jesus Cristo.
O professor de filosofia da Universidade de Brasília Agnaldo Cuoco explica que a comemoração teve início no século 4. Antes disso, na Roma Antiga, a Saturnália, festival agrícola dedicado ao deus Saturno, era realizado quatro dias após o solstício de inverno, que no hemisfério norte se dá no dia 21 de dezembro.
“Essa festa da Saturnália era exatamente reunir as famílias. Elas faziam grandes banquetes, davam presentes uma às outras. E de certo modo, uma vez que o cristianismo surge dentro do Império Romano, lá pelo século 4 d.C, ele acaba botando essa data como a data de comemoração do nascimento de Jesus”.
A data traz à lembrança a vinda do menino Jesus, o Salvador, para os cristãos, nascido em um estábulo, em Belém, já que seus pais, José e Maria, não tinham onde se hospedar. Felipe Aquino, professor e religioso ligado à comunidade católica Canção Nova, explica por que o presépio, cena constituída pela primeira vez na Itália, no século XIII, por São Francisco de Assis, é um dos símbolos mais importantes do Natal.
“Nós vemos, em primeiro lugar, Jesus, que está naquela manjedoura. Nasceu pobre, pequeno, mas ao mesmo tempo é Deus que veio para salvar a humanidade. Segundo, vemos ali a Virgem Maria. Ao lado vemos São José e vemos outras coisas importantes: os pastores, que receberam na noite de Natal o anúncio do anjo, depois vemos os reis magos e também até a presença dos animais”.
Aquino aponta que, para os cristãos, a árvore de Natal, normalmente um pinheiro, tem por significado a ressurreição de Cristo.
“Porque o pinheiro é uma árvore que, no inverno da Europa, resiste ao frio, resiste à neve e ela não morre. Logo que chega a primavera, ele renasce com toda a força. Então ele passou a ser um símbolo da ressurreição, que é o que Cristo veio trazer, que é o que há de mais importante na fé católica”.
As luzes, os enfeites e os presentes integram este cenário e alegram principalmente as crianças. E o que dizer do Papai Noel? Segundo o professor da UnB, Agnaldo Cuoco, não se sabe exatamente a origem desse bom velhinho tão aguardado pelas crianças nesta época do ano.
“Muita gente acha que tem a ver com o bispo de uma cidade onde hoje é a Turquia, que se vestia de vermelho – que é a cor dos trajes dos bispos na época (…) aparentemente uma pessoa muito generosa, dava presentes para aqueles mais desfavorecidos, mais pobres, economicamente (…) e a partir, na verdade, de uma propaganda de um refrigerante nos Estados Unidos”.
De caridade, alegria e fé, sabe bem o aposentado Antônio Eustáquio, que há 20 anos trabalha como um verdadeiro ajudante do Papai Noel. Em sua própria casa, que fica na região administrativa de Ceilândia, no Distrito Federal, ele capricha na decoração de Natal e abre para visitação. A casa já virou um verdadeiro ponto turístico. Todos são bem-vindos, e fica ainda melhor, se a pessoa levar alguma doação.
“Depois da oitava montagem, nós começamos a arrecadar alimentos, brinquedos para poder fazer doação. Quando a gente abre a casa para visitação, a gente não cobra nada, mas se a pessoa quiser levar um quilo de alimento, roupa e brinquedo (…) porque todo ano a gente atende duas creches e orfanatos. Eu levo até a casa de Papai Noel, todo ano os bombeiros cedem o caminhão para a gente, e aí o Papai Noel chega e vai entregar o presente para essas crianças”.
Tempo de reflexão e esperança, o Natal e os seus símbolos dão um sentido todo especial para quem vive essa tradição.
As informações são da Radioagência Nacional.
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