Não se sabe se a tão esperada vacinação contra a Covid-19 prevista para começar esta semana no país vai atrasar. Mas conforme os últimos anúncios feitos pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) e pelo Estado de Minas Gerais, tudo estará pronto no município quando as doses chegarem.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai decidir, neste domingo (17), através da diretoria colegiada do órgão, sobre os pedidos de autorização emergencial das vacinas Coronavac, feita pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório Sinovac, e AstraZeneca, desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), junto a Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca. Mas ainda há outros impasses.
Na sexta, a Índia informou ao Brasil que não pretende atender agora ao pedido para a liberação das duas milhões de doses da AstraZeneca. A negativa frustrou a expectativa do Governo federal, que tinha pronto um plano para que o imunizante chegasse ao país até este domingo, a tempo de ser usado no início da vacinação em todo o país.
Após a resposta dos indianos, o Ministério da Saúde solicitou a entrega “imediata” de seis milhões de doses da Coronavac. O Ministério da Saúde planeja iniciar a imunização na quarta-feira (20). Se a vacina da Índia não chegar a tempo, não está descartada a possibilidade de a vacinação começar apenas com a Coronavac.
O Governo de São Paulo, por sua vez, afirmou que cerca de 4,5 milhões de doses da Coronavac seriam encaminhadas ao Ministério da Saúde para que fossem incorporadas ao Plano Nacional de Imunização, enquanto o restante ficaria no Estado.
“As vacinas que cabem ao Brasil serão encaminhadas ao Ministério da Saúde. Vacinas de São Paulo ficarão em São Paulo”, afirmou o governador João Doria, em entrevista na sexta-feira.
Município diz que logística está pronta
Também na sexta-feira (15), a secretária de Saúde, Ana Pimentel, informou fazer os últimos ajustes para a campanha na cidade. “Juiz de Fora está completamente preparada para iniciar a vacinação”, garantiu, dizendo que a logística está pronta para cumprir o papel definido para os municípios pelo Programa Nacional de Imunização (PNI). Tudo depende, entretanto, da distribuição das doses, a cargo do Governo federal.
Em Minas, as vacinas deverão chegar a Belo Horizonte para serem levadas às Regionais de Saúde e, sequencialmente, aos municípios. O secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, afirma que o prazo para a chegada das doses às cidades mineiras irá ser de 48 e 72 horas após a liberação pela Anvisa.
Começo da semana
Segundo a assessoria da Secretaria de Saúde, o programa de execução da vacina, que define todas as ações a serem desenvolvidas, está concluído, mas o detalhamento só deverá ser divulgado no começo desta semana, durante coletiva de imprensa.
Conforme o PNI, os grupos considerados de risco, como idosos acima dos 75 anos e pessoas com comorbidades, terão prioridade, mas as primeiras doses deverão ser destinadas aos indígenas, idosos de instituições de longa permanência e profissionais de saúde que atuam na linha de frente.
O plano municipal, por sua vez, prevê, por exemplo, quantos agentes de saúde serão mobilizados no processo, que deverá envolver todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e demais postos ligados à pasta. “Os profissionais estão capacitados. A rede de frio, na qual os imunizantes serão armazenados, está organizada, e a logística de distribuição dentro do território local está estruturada”, assegurou Ana Pimentel.
Governador anuncia em JF distribuição de seringas agulhadas
As 294 mil unidades de seringas agulhadas recebidas pela Superitendência Regional de Saúde (SRS) de Juiz de Fora para a vacinação contra a Covid-19 começaram a ser distribuídas, na última sexta-feira (15), aos 37 municípios da Zona da Mata sob sua jurisdição, totalizando uma população de 670 mil pessoas.
O governador Romeu Zema (Novo) esteve em Juiz de Fora e vistoriou os primeiros lotes. Ao todo, o Estado adquiriu 50 milhões de seringas agulhadas. Destas, 21 milhões já chegaram à Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG), em Belo Horizonte, que faz o repasse às 28 Regionais de Saúde de Minas. A expectativa é que todas elas recebam os materiais até esta segunda.
Desde setembro, o Governo estadual também adquiriu 617 câmaras refrigeradas para o armazenamento das vacinas, por meio do Plano de Contingenciamento para Vacinação contra a Covid-19. “A logística do Ministério da Saúde não é conhecida. A logística do Estado, porém, já está toda montada, inclusive com uso de aeronave para que todos os municípios possam receber essas vacinas poucas horas após chegarem em Belo Horizonte”, destacou Zema.
Estrutura do Estado terá apoio de Corpo de Bombeiros e PM
Na última sexta, o secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, detalhou a vacinação contra a Covid-19 em Minas, durante entrevista à Rádio CBN Juiz de Fora. “A Secretaria Estadual de Saúde já vem treinando os municípios há mais de dois meses, então acreditamos que está tudo bem direcionado.” A logística de distribuição conta com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), por meio de transporte aéreo e estrutura do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar.
Mesmo sem saber o número de doses que chegará a Minas no primeiro momento, o secretário encaminhou as informações sobre os grupos prioritários ao Ministério da Saúde. “É fundamental que as pessoas fiquem atentas para quando o Ministério e o Estado sinalizarem quais grupos serão vacinados.”
Amaral explicou que a continuidade da vacinação, após a primeira etapa, vai depender da capacidade da indústria em entregar os imunizantes. “Entendemos que agora em janeiro daremos o pontapé inicial, com cerca de oito milhões de doses (no Brasil). A partir de fevereiro, provavelmente, teremos em torno de 30 milhões de doses. Aí sim o número de vacinas começará a crescer rapidamente.”
Mesmo com a tão sonhada vacina batendo à porta, o Governo de Minas lembra que o caminho de combate ao coronavírus ainda é longo. Portanto, todos os cuidados devem ser mantidos pela população, como uso de máscara, higienização constante das mãos, além de evitar sempre as aglomerações.
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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora