Empresas em Minas aproveitam a alta do dólar para ampliar o faturamento

A escalada do dólar, que atingiu na última quinta-feira o maior patamar desde a criação do real, fazendo a moeda americana subir quase 33% de setembro do ano passado até ontem, deu um gás às empresas exportadoras. Com o real desvalorizado frente à moeda norte-americana, o faturamento dos produtos vendidos no exterior é maior. A Forno de Minas, por exemplo, espera aumentar em até 50% a receita neste ano. Há, ainda, a possibilidade de aproveitar a oscilação cambial para reduzir o preço dos produtos e aumentar a competitividade em solo estrangeiro. Com isso, o pão de queijo pode ficar mais barato bem longe da terra natal.

Embora o dólar venha subindo desde o ano passado, a corrida eleitoral intensificou a ascensão, conforme explica o coordenador de Economia do Ibmec, Márcio Salvato . A indefinição política atravessada pelo país faz com que haja uma fuga de capitais, aumentando a procura pela moeda norte-americana. Com a demanda nas alturas, o preço acompanha.

“Exportamos para 16 países e estamos abrindo novos mercados. O faturamento em real é muito vantajoso com o dólar mais alto”, comemora a gerente de Comércio Exterior da Forno de Minas, Gabriela Cioba.

Em março deste ano, a canadenseMcCain comprou 49% da indústria alimentícia. A intenção, de acordo com Gabriela, é utilizar os canais da multinacional para conquistar regiões ainda pouco exploradas pela companhia, como México, Argentina e Colômbia.

“Este mês faremos um embarque para a Colômbia. Para o México, faremos em dezembro e janeiro”, diz a gerente de Comércio Exterior. Além de pão de queijo, a empresa embarca itens como waflles, cookies, cinnamon rolls e quiches.

Competitividade
Segundo Gabriela, além de aumentar o faturamento, a marca vai usar a alta do dólar para reduzir o preço e elevar a competitividade em países cuja distribuição foi iniciada agora. “Vamos usar a diferença na moeda para fazer promoções e apresentar nosso produto para o maior número de pessoas possíveis”, afirma.

A estratégia, diz Gabriela, é fundamental para aumentar o faturamento em 50% este ano e a produção em 44%, na comparação com 2017. Hoje, cerca de 10% da receita vem das exportações. A intenção é elevar significativamente o índice.

Porém, enquanto alguns comemoram, as empresas importadoras precisam se desdobrar para criar estratégias para segurar o preço e não espantar o consumidor.

Postado originalmente por: Portal Sete

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