Em Minas, eleitorado feminino aumenta para Eleições 2020

Para este ano, mulheres são responsáveis por mais da metade dos votos 

Faltam apenas 10 dias para as eleições municipais de Minas Gerais. E, neste ano, as mulheres são as principais responsáveis por escolher os candidatos a vereador e prefeito na maioria das cidades do estado, principalmente nos polos. Isso porque elas representam mais da metade do eleitorado, aproximadamente 52%, 4% a mais que os homens.

Em 2016, as eleitoras aptas para votar representavam 50% dos votos. Essa variação de 2% parece baixa, mas, em números, é equivalente a um aumento de 2,1 milhões de eleitoras e quase 700 mil votos a mais em relação aos homens. Em Belo Horizonte, Uberlândia, Contagem, Juiz de Fora, Montes Claros, Betim, Uberaba, Ribeirão das Neves e Governador Valadares, cidades com mais de 200 mil eleitores e que estão propensos a ir para o segundo turno, essa predominância feminina se destaca.

Mas esse aumento no eleitorado não está sendo refletido dentro da política mineira. O número de vereadoras e prefeitas nos municípios de Minas é bem abaixo do esperado pela população feminina. Em Juiz de Fora, na Zona da Mata, por exemplo, apenas duas das 19 cadeiras foram ocupadas por vereadoras na Câmara Municipal após o último pleito, mesmo a cidade tendo o maior percentual de eleitoras em todo o Estado, com 54,5%.

“A mulher vem lutando para ganhar esse espaço. Melhorou em relação ao que era, houve avanços, mas a mulher está muito preocupada com questões cotidianas. A mulher tem jornada dupla, tem casa, tem filho… Questões que tomam o tempo dela bem mais do que o dos homens”, opina Waldea Couto, de 53 anos, assistente social e psicóloga de Juiz de Fora.

Há uma década, as instituições governamentais tentam incluir cada vez mais as mulheres na política. Em 2009, a legislação determinou que no mínimo 30% das chapas sejam compostas por elas. Já em 2018, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram que a mesma parcela do Fundo Eleitoral e do Fundo Partidário deve ser repassada às candidaturas femininas. Além disso, elas também ganharam direito à mesma proporção, no mínimo, do tempo de propaganda gratuita no rádio e na televisão.

Também em 2018 houve as reservas simultâneas de 30% das vagas e dos recursos para as mulheres. Nas urnas nacionais, houve um aumento de 52,6% no número de candidatas eleitas: de 190 para 290 em relação a 2014. Apesar disso, elas corresponderam a apenas 16,2% do total de candidatos eleitos.

Fonte: TSE, TRE-MG Autor: Cristiano Martins

 

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