Para os brasileiros, a temporada da Fórmula 1 de 1987 entrou para a história. Naquele ano, Nelson Piquet se tornou o primeiro piloto do Brasil a conquistar o tricampeonato da categoria. E a conquista se deu de forma antecipada, em Suzuka: durante o treino classificatório para o Grande Prêmio do Japão, realizado no dia 29 de outubro, quando o piloto Nigel Mansell – seu grande rival no campeonato – anunciou que não participaria da prova.
A acirrada disputa do brasileiro com Mansell teve acidentes, intrigas e muita rivalidade. Sem um campeão desde 1982, a Williams não mediu esforços para ver um de seus pilotos campeão em 1987 – nem que precisasse beneficiar um em detrimento do outro. A dupla foi formada no ano anterior, com a contratação de Piquet por Frank Williams. Antes de a temporada começar, Frank sofreu um grave acidente, que o deixou fora de atividade e tetraplégico. Patrick Head assumiu a equipe e logo demonstrou clara simpatia por Mansell, inglês que chegara ao grupo em 1985.
Na abertura da temporada, no Brasil, Piquet ficou em segundo lugar – colocação que assumiu outras seis vezes em 1987. Piquet venceu apenas três corridas naquele ano, abrindo 20 pontos de vantagem sobre os demais pilotos, em uma época que a vitória valia nove pontos e somente os seis primeiros pontuavam.
Dali em diante, Piquet foi administrando a vantagem conseguindo dois pódios, ficando em terceiro em Portugal e em segundo no México, intercalado por um quarto lugar na Espanha. A penúltima prova, no Japão, seria a última chance de Mansell brigar pelo título. A corrida em Suzuka prometia muita emoção, com a disputa entre os pilotos da Williams. No entanto, Mansell bateu no treino classificatório e ficou de fora da corrida.
Há quem especule que o inglês teria condições de correr, mas preferiu sair como vítima. Verdade ou não, a desestabilização psicológica deu resultado: como tinha 12 pontos de vantagem para Mansell, segundo colocado, o título de Piquet estava garantido. O primeiro brasileiro tricampeão de Fórmula 1 se despediria da Williams no GP seguinte – o da Austrália. De 16 provas, completou 12 e conquistou 11 pódios.
As informações são da Radioagência Nacional.