A educação escolar quilombola começou a receber um tratamento diferenciado em Minas Gerais a partir de 2015, quando foi feito o primeiro diagnóstico da área. Em 2016, a Secretaria de Estado de Educação inovou ao publicar uma resolução que dava preferência a servidores quilombolas para os cargos de diretor e vice-diretor nas escolas dessas comunidades. E, a partir deste ano, a preferência na designação também foi estendida para professores e auxiliares de serviços gerais.
Com essa iniciativa, o número de servidores quilombolas cresceu 50 por cento entre os professores estaduais e 90 por cento entre os auxiliares. Uma das vagas foi ocupada por Maria Valdete Costa. Antes, ela pegava oito ônibus para ir e voltar do trabalho em outro município. Hoje, Valdete só precisa atravessar a rua para chegar à escola onde trabalha como cantineira: “Eu acredito que se eu não fosse quilombola, talvez hoje eu não tinha tido essa oportunidade que eu tô tendo hoje: de estar aqui trabalhando perto de casa. Quer dizer, são coisas que vão beneficiando e se a gente for tendo conhecimento, você vai ver que vale muito a pena, que tem que ter orgulho e bater no peito: eu sou uma quilombola” disse.
Para concorrer às vagas nas escolas, muitos quilombolas voltaram para a sala de aula. É o que destaca a Superintendente de Modalidades e Temáticas Especiais de Ensino da Secretaria de Estado de Educação, Iara Viana: “Logo no início desta gestão, a gente tinha um levantamento preliminar que indicava uma baixa escolarização presente nas comunidades quilombolas, então, a gente não teria profissionais habilitados pra assumir estes cargos. Quando essa legislação é alterada, então, a gente tem um número crescente de matrículas no Ensino Médio, um número crescente de pessoas das comunidades quilombolas adentrando o espaço das universidades e com isso, a gente reverberou nas mudanças numéricas com relação aos servidores” explicou.
Para mais informações sobre educação quilombola, acesse www.educacao.mg.gov.br.
Texto postado por A.W
