Economista prevê grave recessão após pandemia e lamenta o desserviço prestado pelo Governo

 

Sérgio Martins entende que enquanto na área da saúde as medidas seguem caminho certo, na economia há um desserviço

Economista Sérgio Martins, em entrevista à Rádio JM 95.5 FM confirma o complicado momento econômico que passará o Brasil. Para ele, não é possível sequer projetar a recessão econômica brasileira decorrente da pandemia do Covid-19.

Sergio Martins esclarece que a economia segue toda a cadeia produtiva, que vai desde a produção ao consumo e que está sendo interrompida, no primeiro semestre do ano. “É uma recessão brutal. O crescimento que era projetado para 2% no país, já foi reduzido a zero”, informa.

Para ele, a maior parte da população será prejudicada, principalmente a classe trabalhadora e aqueles em situação de maior vulnerabilidade. Enquanto existe preocupação em investimentos para atender a rede pública de saúde, com a abertura de mais leitos e espaços para atender as vítimas do Covid-19, há necessidade de socorrer a outro lado, que são as pessoas atingidas economicamente pela pandemia. “É a partir de decisões políticas que se toma medidas para a economia”, avalia.

Em meio a esta situação, Sergio Martins diz que o governo vem prestando desserviço por não buscar alternativas sensatas que auxiliem estas pessoas. “É preciso interferência governamental, principalmente para aqueles que precisam se manter. Mas o que se vê são atitudes contrárias, sem sensibilidade. A situação é de guerra onde há necessidade de se criar mecanismos para garantir a sobrevivência das pessoas”, diz. Entre os exemplos, ele cita a ajuda de R$200 e a possibilidade de suspensão do contrato de trabalho por quatro meses, sem pagamento de salário – que até já foi revogada da Medida Provisória editada pelo presidente Jair Bolsonaro no último domingo.

Entre as medidas necessárias a serem adotadas, Sergio Martins aponta os programas sociais, que podem ser implementados, como Bolsa Família e o CadÙnico e o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Em relação aos pequenos empresários, o economista ressalta a importância de serem oferecidas novas linhas de financiamento, sem juros. Em alguns países, estes financiamentos estão sendo ofertados, sem a necessidade de pagamento, mas com o compromisso de que se mantenham os empregos dos trabalhadores.

Sergio Martins também sugere o uso das reservas internacionais do Brasil. Porém, esta possibilidade é mais complexa, mas plenamente possível no sentido de manter a economia. “São medidas factíveis, que podem dar certo e amenizar a recessão”, coloca.

Além disso, o economista recomenda uma economia nos gastos. Quem tem alguma reserva, conforme orienta, o momento é ter parcimônia nos gastos, até que a situação seja controlada. 
 

Postado originalmente por: JM Online – Uberaba

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