Em julgamento que durou mais de 36 horas, Rômulo Hermânio de Oliveira Veiga e Carlos de Paula Fedócio foram condenados a 32 anos de prisão, em regime fechado, pelo suposto envolvimento no crime que culminou com a morte do menino Davi Lucas Clemente, de apenas 2 anos, baleado no colo da mãe, no Bairro Santa Cândida, na Zona Leste de Juiz de Fora, no Dia das Mães, em 2018.
O júri, presidido pelo juiz Paulo Tristão, no Fórum Benjamim Colucci, teve início às 9h da última quinta-feira e só foi concluído nesta sexta (25), às 21h30.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, os réus teriam se desentendido com moradores do Bairro Santa Cândida em um baile funk, no município de Matias Barbosa e, após essa briga, teriam passaram ameaçar os moradores do bairro.
Como narra a denúncia, no dia 13 de maio daquele ano, no final da tarde, por volta das 17h30, ambos, portando ilegalmente armas de fogo, foram em um motocicleta conduzida por Rômulo até a Rua Pedro Paulo Vieira, onde avistaram um jovem de 24 anos, que seria um desafeto da dupla, e passaram a persegui-lo. Em dado momento, Carlos de Paula teria começado a atirar contra o rapaz.
Os tiros atingiram o alvo no pé esquerdo e também a mãe do menino Davi, que estava na mesma calçada, e a criança no colo dela. A mulher foi baleada no antebraço, enquanto o menino foi atingido no abdômen, ocasionando lesões internas fatais.
Segundo a promotoria, os réus teriam agido por motivo torpe, como vingança ocorrida no baile funk, em Matias Barbosa. A dupla foi denunciada pelos crimes de homicídio, tentativa de homicídio e porte ilegal de arma de fogo. Desse último, apenas Rômulo foi absolvido, e todos condenados pelas demais acusações.
Ainda conforme a denúncia, ambos foram apontados por testemunhas como conhecidos por seus envolvimentos com brigas e por incutir medo nos moradores do bairro. Além disso, a culpabilidade dos condenados foi considerada também pelas razões de agirem em concurso, de forma premeditada e na presença de várias pessoas, causando perigo comum a elas.
Foi levado ainda em conta o fato de a data do crime ser o Dia das Mães e, por isso, muitos moradores encontravam-se na rua conversando e comemorariam a data, tendo a mãe da criança baleada perdido o seu filho justamente naquela ocasião. E ainda porque, no momento do crime, as vítimas em nada contribuíram para que o fato fosse realizado.
A eles foi negado do direito de recorrer em liberdade, uma vez que cabe recurso da sentença ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).
Comoção
Na época do crime, conforme matéria publicada pela Tribuna na ocasião, a mãe da criança disse aos policiais que o rapaz, durante a fuga, teria a empurrado em direção aos atiradores, colocando-a na linha de tiro. O menino Davi chegou a ser atendido em dois hospitais, mas o tiro no abdômen causou várias lesões internas, que o levaram à morte.
O crime, ocorrido por volta de 17h30 do Dia das Mães, chocou familiares e vizinhos. O sepultamento da criança aconteceu no dia seguinte, no Cemitério Municipal. Durante o velório, o clima de comoção tomou parentes e amigos, que, muito abalados, preferiram não falar com a imprensa, que também acompanhava o momento.
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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora