Divinópolis manifesta interesse em receber a fábrica da Heineken, diz prefeito

Após a cervejaria Heineken anunciar nesta segunda-feira (13) que não vai instalar a fábrica na cidade de Pedro Leopoldo, Região Metropolita de Belo Horizonte, o Prefeito de Divinópolis, Gleidson Azevedo (PSC), publicou em suas redes sociais que a cidade vai formalizar manifestação de interesse no recebimento da planta produtiva da empresa.

Além da publicação, em um áudio que circula nas redes sociais, o prefeito disse que já conversou com um diretor da empresa, deixando a cidade à disposição. No entanto o que impediu a ida para Pedro Leopoldo foram questões ecológicas. Gleidson diz ainda que já havia solicitado ao secretário de desenvolvimento, Luiz Angelo, para oficializar junto a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, um estudo sobre a situação do solo de Divinópolis.

Entenda o caso

A cervejaria Heineken anunciou, nesta segunda-feira (13), que não vai mais construir uma fábrica da empresa em Pedro Leopoldo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A decisão ocorre após um imbróglio envolvendo o empreendimento, que foi embargado na Justiça pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio). O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) também abriu inquérito civil público para apurar a situação.

De acordo com nota enviada à imprensa, a cervejaria ainda não definiu em qual local será construída a fábrica. O projeto, no entanto, continuará sendo executado em Minas. “A decisão foi tomada após poucos meses de diálogo sobre os diferentes entendimentos de órgãos envolvidos e da sociedade em geral, relacionados à proximidade do atual terreno com uma importante área de preservação ambiental e arqueológica da região”, diz a nota.

A construção da fábrica da Heineken em Pedro Leopoldo foi anunciada em dezembro de 2020 e comemorada pelo governo de Minas, diante da perspectiva de um investimento de R$ 1,8 bilhão no Estado. A empresa formalizou o pedido de licenciamento ao governo mineiro em junho deste ano, segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), e recebeu autorização para iniciar as obras dois meses depois. A secretaria afirma que, segundo as informações apresentadas pela empresa, não haveria indício de dano irreversível às cavidades da Lapa Vermelha.

Já o ICMBio avaliou que as informações apresentadas pela Heineken foram insuficientes e que a obra pode ter potencial de impacto ambiental, por isso aguarda novos dados da empresa. No último mês, o Ministério Público também abriu inquérito civil para apurar possíveis impactos ao patrimônio cultural da região com a instalação da fábrica.

A principal preocupação do MP era com o sistema hidrológico da região. Além disso, o órgão alegava temor em relação a impactos negativos e poluidores do sítio arqueológico. Bem próximo do local em que seria construída a fábrica foi descoberto o crânio de Luzia, fóssil humano mais antigo das Américas. O MP, inclusive, chegou a recomendar à Semad a suspensão da licença.

Na semana passada, a pasta informou que não aceitou a recomendação, mantendo a licença, mas que realizaria uma construção conjunta com o MP para se chegar à melhor definição para o caso.

As informações são do Portal MPA/TV Candidés, associada Amirt

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