Por Dênis Constante
Errar é humano, continuar errando, mas, alcançando seus objetivos, é o Mano Menezes.
Acredito quena qualidade de comandante de um grupo um bom gestor sabe usar a seu favor todo o arcabouço de fatores extra-campo que interferem diretamente nos resultados.
O Cruzeiro é rico por triunfos e títulos que enchem o seu torcedor de orgulho. Tanto pelo valor real da conquista no cenário do futebol, quanto pela forma, quase sempre incontestável. Mas o que mais lhe deixa orgulhoso é enxergar que, ainda que isso não possa ser medido, sua participação produziu efeitos diretos sobre a motivação dos jogadores.
O torcedor acostumado a empurrar seu time contra o adversário se faz presente em número e em coro, grita hinos e cantos que ecoam no espírito do vencedor e minam as forças do inimigo,quando então algo mágico acontece, até os adversários mais fortes se sucumbem e a imagem do Cruzeiro resplandece.
Com o técnico Mano Menezes isso não acontece mais. Doutrinado pela passagem bíblica de que “ tudo não terás”, o treinador não vê como harmoniosa uma combinação de busca de resultados e supremacia sobre o adversário. Parece-me que , pra Mano, avançar na competição, não é necessariamente superar o inimigo e sim simplesmente vencê-lo (entenda-se aqui tudo o que o regulamento oferece como possibilidades).
Entre o que regulamento prevê e o que a torcida pode oferecer ele não tem dúvidas em optar pelo primeiro. E por isso todo o esforço do torcedor em restabelecer essa magia têm sido em vão.
Essa relação sinérgica entre torcida e time foi quebrada, a tal ponto que apenas jogadores como Fábio, Dedé, Léo, Lucas Silva, Egídio e Henrique (que viveram essa experiência em outras jornadas gloriosas) são os únicos a usufruí-la.
Por não querer ousar (no sentido mais responsável da palavra) em buscar essa condição que ele também desconhece, o treinador Mano Menezes se limita totalmente ao que conhece e reconhece muito bem; as limitações do seu grupo e as suas próprias. Continua errando em não aproveitar isso que, gratuitamente a torcida lhe oferece: força, motivação, superação que enclausuram clubes gigantes do futebol.
Mas, continua também alcançando seus objetivos ainda que sem o brilho habitual do Cruzeiro e com doses exageradas de sofrimento ao torcedor.
Constata-se que já se passaram dois terços do ano, portanto não existe mais tempo pra rever essa posição do treinador. Cabe ao torcedor fazer o que sempre faz quando deixa o amor pelo clube do coração falar mais alto do que reservas com o time: torcer e apoiar incondicionalmente. Pois o futuro (apenas ele) vai responder se valeu todo o esforço!
Tenham fé!
Dênis Constante, 39 anos, é empresário, comentarista esportivo e colunista cruzeirense no Blog do Cruzeiro no Portal MPA.
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Postado originalmente por: Minas AM/FM