Produtores de milho da região apontam o preço dos insumos como entrave para um bom desempenho na lucratividade na safra de milho. Segundo Roberto Silveira Lemos, a previsão é que safra seja mediana.
“Comercializamos tudo no mercado interno, mas os investimentos aumentaram expressivamente. As principais variantes são as taxas de câmbio que estão muito altas e isso pode favorecer as exportações mas, aqui na região, ainda não vendemos milho no mercado futuro. Nas lavouras, não é possível parar, então estamos trabalhando para obter bons resultados”, disse.
Para José Maurício de Freitas o custo com insumos e o clima afetaram a plantações e a aposta é em relação à safra de soja.
“As aplicações cresceram cerca de 15% e o ponto alto da nossa colheita é em julho, mas já é possível perceber que este não será um ano de abundância do milho, especialmente por conta da chuva. Quando a colheita deste cereal acabar, esperamos que a soja nos surpreenda”, avaliou.
De acordo com Gilberto Aparecido, a estimativa é que os ganhos não serão altos o suficiente para cobrir as despesas de cultivo.
“Acredito que não foi só comigo, mas a produção caiu, então é possível que muitos produtores não recebam a inversão total dos valores que foram investidos. Aqui no sudoeste, temos um mercado interno forte, mas novos contratos de exportação já são realizados e esperamos que aumentem ainda mais”, afirma.
Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a cotação da saca de 60 quilos de milho chegou a R$97,40 nesta sexta-feira, com alta de 7,8% no mês. De acordo com as informações fornecidas pela equipe do 5º distrito do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), na semana passada, em Passos, choveu o equivalente a 10 milímetros e a região não deve enfrentar longas estiagens até o fim do verão.
Segundo análise feita sobre as perspectivas para o agronegócio em 2022, por Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros, coordenador científico do Cepea. A temporada brasileira 2021/22 de milho deve se iniciar com preços internos acima da média histórica.
No primeiro semestre de 2022, os baixos estoques e a demanda firme podem limitar a possibilidade de quedas expressivas nas cotações, ao passo que, na segunda metade do ano, pode haver certa pressão sobre os valores, caso se consolidem as projeções de oferta de segunda safra elevada. Por enquanto, as estimativas oficiais indicam produção e exportações recordes no Brasil e no mundo.