Atualmente, o governo federal detém 60% das ações da estatal. A união é dona de 41% e o Banco Nacional de Desenvolvimento e Social (BNDES) de 19%
Contra a privatização da Eletrobras, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) publicou uma carta para defender a manutenção da administração pelo governo da gigante nacional, que é formada por centenas de empresas que atuam no processo de produção do setor de energia elétrica, além de ser responsável por 31% da geração de energia de todo país. A proposta da privatização surgiu em agosto de 2017.
A Eletrobras é a grande representante do setor elétrico, sendo a maior geradora elétrica do Brasil e da América Latina. Atualmente, o governo federal detém 60% das ações da estatal. A união é dona de 41% e o Banco Nacional de Desenvolvimento e Social (BNDES) de 19%.
De acordo com o comunicado divulgado pelo Crea-MG, a estatal é a única detentora da tecnologia de ultra-alta tensão e possui o único laboratório de testes do gênero no continente americano. Além disso, a Eletrobras está entre os maiores geradores de energia hidrelétrica do planeta, na 5ª posição.
O Conselho destaca que “o setor elétrico é estratégico para o desenvolvimento do país e está ligado à soberania nacional, superando a função de gerar energia”, e que “ignorar este fato é causar um efeito dominó, que acarretará o sucateamento industrial, econômico e social”.
No programa de privatização, o governo pretende arrecadar R$ 12 bilhões. Porém, o Crea-MG diz que o patrimônio da Eletrobras está avaliado em mais de R$ 350 bilhões. “Repudiamos a ação do ministro de Minas e Energia de entregar a geração e transmissão das empresas do grupo Eletrobras às mãos do capital financeiro internacional e entendemos que tal ato pode causar sérias ameaças à soberania nacional”, diz a nota do Conselho.
Privatização tornará contas mais caras
O Crea-MG ressalta, ainda, que o processo “altamente incoerente” trará consequências aos consumidores, como um aumento generalizado de tarifas residenciais, comerciais e industriais.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já alertou, em agosto do ano passado, quando surgiu a proposta de privatização da empresa, que a medida pode representar peso sobre os valores cobrados, já que os planos do governo de vender o controle da Eletrobras incluem uma alteração no regime de venda de hidrelétricas, que hoje praticam preços abaixo dos do mercado.
G.R.