Melhora da economia e medidas de estímulo por parte do governo federal vêm contribuindo para alta do otimismo
O Índice de Confiança do Empresário Industrial em Minas Gerais (Icei-MG) voltou a subir. O resultado superou as expectativas do nível de confiança estimado para o mês de setembro. O levantamento realizado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e divulgado ontem registrou um indicador de 62,9 pontos neste mês. A pontuação avançou pela segunda vez seguida, atingindo o mais alto patamar em 22 meses.
Dentro de um retrospecto, a melhora da confiança acima do esperado para setembro aconteceu após um período muito crítico e extenso para a economia por conta da pandemia da Covid-19, conforme detalha a analista de Economia e Finanças Institucionais da Fiemg, Daniela Muniz.
“Tivemos aí uma redução ou mesmo a paralisação das atividades de diversas empresas. O que nós temos hoje é uma normalização das atividades produtivas, ou seja, os empresários estão confiantes no contexto em que a atividade econômica mostrou um desempenho acima do esperado inicialmente”, contextualiza a especialista.
Ela explica que, além da normalização do setor industrial, já é registrado um desempenho de melhora no mercado de trabalho. “Dessa forma, estão sendo adotadas medidas de estímulo à economia. Dentre as medidas, estão ações como a ampliação dos benefícios sociais. Nós temos por exemplo o aumento do Auxílio Brasil para R$ 600 e a desoneração de itens que pressionam os custos de produção, dentre eles os combustíveis e a energia elétrica”, ressalta.
Balanço
Numa comparação com o mês de setembro do ano passado, o índice estadual mostrou pontuação maior em 4,8 pontos, uma vez que naquele cenário chegou a 58,1 pontos.
O Icei nacional subiu 3 pontos frente a agosto, que obteve 59,8 pontos, atingindo um total de 62,8 pontos neste mês.
Na prática, segundo Daniela Muniz, o ambiente de maior confiança acaba sendo muito benéfico para a evolução e o desempenho do mercado de trabalho mineiro. Ou seja, para a geração de empregos no setor industrial ou na economia em geral, de forma a também garantir melhor rentabilidade e consequentemente resultando em desenvolvimento.
“Tivemos recentemente um ponto crucial. A taxa de desemprego para a economia brasileira medida pela Pnad Contínua marcou 9,1% no trimestre encerrado em julho. Isso fez com que apresentasse a menor taxa de desemprego da série histórica desde dezembro de 2015”, afirma a analista da Fiemg.
Ela acredita que a confiança elevada também é positiva para o desempenho dos investimentos, o que favorece para a boa saúde dos segmentos que compõem a indústria mineira. “Contudo, se observamos a médio e longo prazos, é necessário uma cautela porque mesmo com os resultados mais favoráveis na economia, a taxa de desemprego e inflação continuam acima do ideal. Dessa forma, o cenário para a virada do ano é de desaceleração econômica”, diz.
Cenário desafiador
Além do ambiente econômico desafiador, a especialista enfatiza que há outro fator levado em consideração, que são os movimentos eleitorais. “Com a aproximação do período eleitoral, deve tornar mais incerta a trajetória da confiança do empresário industrial nos próximos meses. Isso pode contribuir muito para um cenário marcado pela postergação de investimentos”, conclui Daniela Muniz.
As informações são do Diário do Comércio.
Foto: Alisson J. Silva / Arquivo DC