Como reduzir o impacto da monocultura? Engenheira ambiental explica

As recentes mudanças no cultivo de espécies em Uberaba, principalmente a monocultura, levantam questionamentos sobre os malefícios do processo para a área rural. A doutora em Engenharia Ambiental Patrícia Martins (foto) explica que as práticas da agricultura devem ser aplicadas em conformidade com técnicas sustentáveis de cultivo, para não desfavorecer o ambiente selecionado.

Patrícia afirma que a monocultura afeta significativamente a ecologia do ambiente. O processo pode alterar a natureza da transpiração das plantas, redimensionar o uso da água e precarizar a distribuição de nutrientes. Muitos desses impactos são causados pelo excesso de defensivos agrícolas utilizados para reverter quadros de infestação de pragas, também causada pela monocultura.

Contudo, existem formas de reduzir o impacto negativo desse tipo de cultivo na região. Segundo a engenheira, deve ser priorizado o processo de rotação de cultura, que consiste em alternar, de forma ordenada, diferentes espécies vegetais em determinado espaço de tempo. Além disso, é possível racionalizar o uso de recursos naturais, como a água e os suprimentos.

A exemplo da cana-de-açúcar, objeto de diversos estudos e pesquisas sustentáveis, Patrícia Martins sugere técnicas, como a curva de nível, para evitar o desgaste do solo e o desperdício de recursos. A doutora reforça a necessidade de realizar o devido controle de pragas e doenças, além de observar os bolsões de água e a adubação orgânica. Ao contrário do senso comum, as alternativas sustentáveis não rivalizam com o retorno financeiro da área cultivada, segundo ela.

Para isso, Patrícia orienta as gestões municipais a colocar os riscos e desafios do campo nos projetos iniciais, como o plano piloto. A definição da destinação de recursos é prioridade para garantir o bom uso das áreas cultiváveis e, assim, favorecer o desenvolvimento econômico por meio da agricultura.

Postado originalmente por: JM Online – Uberaba

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