Como ocorre a contração muscular?

 

A contração muscular refere-se ao deslizamento da actina sobre a miosina nas células musculares, permitindo os movimentos do corpo.

As fibras musculares contém os filamentos de proteínas contráteis de actina e miosina, dispostas lado a lado. Esses filamentos se repetem ao longo da fibra muscular, formando o sarcômero.

O sarcômero é a unidade funcional da contração muscular.

Para que ocorra a contração muscular são necessários três elementos:

  • Estímulo do sistema nervoso;
  • As proteínas contráteis, actina e miosina;
  • Energia para contração, fornecida pelo ATP.

Como ocorre a contração muscular?

Entenda o passo a passo do mecanismo da contração muscular em uma fibra muscular esquelética:

O cérebro envia sinais, através do sistema nervoso, para o neurônio motor que está em contato com as fibras musculares.

Quando próximo da superfície da fibra muscular, o axônio perde bainha de mielina e dilata-se, formando a placa motora. Os nervos motores se conectam aos músculos através das placas motoras.

Detalhe dos axônios do nervo motor na fibra muscular

Os axônios do neurônio motor em contato com a fibra muscular

Com a chegada do impulso nervoso, as terminações axônicas do nervo motor lançam sobre suas fibras musculares a acetilcolina, uma substância neurotransmissora.

A acetilcolina liga-se aos receptores da membrana da fibra muscular, desencadeando um potencial de ação.

Nesse momento, os filamentos de actina e miosina se contraem, levando à diminuição do sarcômero e consequentemente provocando a contração muscular.

A contração muscular segue a “lei do tudo ou nada”. Ou seja: a fibra muscular se contrai totalmente ou não se contrai. Se o estímulo não for suficiente, nada acontece.

Tipos de Contração Muscular

A contração muscular pode ser de dois tipos:

  • Contração isométrica: quando o músculo se contrai, sem encurtar o seu tamanho. Exemplo: a manutenção da postura envolve a contração isométrica.
  • Contração isotônica: quando a contração promove o encurtamento do músculo. Exemplo: movimento dos membros inferiores.
FISIOTERAPIA

O estímulo para a contração muscular é geralmente um impulso nervoso, que se propaga pela membrana das fibras musculares, chegando até ela por meio de um nervo. Passando pela membrana das fibras musculares (sarcolema), atinge o retículo sarcoplasmático, fazendo com que o cálcio ali armazenado seja liberado no citoplasma. Ao entrar em contato com as miofibrilas, o cálcio desbloqueia os sítios de ligação da actina e permite que esta se ligue à miosina, iniciando a contração muscular.

Quando o estímulo para, o cálcio é bombeado novamente para o interior do retículo sarcoplasmático e termina a contração muscular.

A energia para a contração muscular vem das moléculas de ATP (adenosina trifosfato) produzidas durante a respiração celular. Estas moléculas atuam na ligação de miosina à actina, ocasionando a contração muscular. Mas não é o ATP a principal reserva energética das células musculares. 

É a fosfocreatina que nada mais é que grupos de fosfatos, ricos em energia, que são transferidos da fosfocreatina para o ADP (adenosina difosfato), que se transforma em ATP. No caso de trabalho muscular intenso, as células musculares repõem seus estoques de ATP e de fosfocreatina, intensificando a respiração celular, utilizando o glicogênio como combustível.

O ATP atua tanto na ligação da miosina à actina quanto em sua separação, que ocorre durante o relaxamento muscular. Quando falta ATP, a miosina mantém-se unida à actina, causando enrijecimento muscular. É o que acontece após a morte, produzindo-se o estado de rigidez cadavérica (rigor mortis).

Entretanto a estimulação intensa e ininterrupta faz com que o músculo chegue ao máximo grau de contração. Então, o músculo permanece em contração, o que chamamos de tetania. E, um estado de tetania muito prolongada causa a fadiga muscular.

Quando um músculo chega ao estado de fadiga, após seu relaxamento, por um certo tempo, perde a capacidade de se contrair. Isto ocorre por deficiência de ATP, incapacidade de propagação do estímulo nervoso por meio da membrana celular ou acúmulo de ácido lático.

 

Como tratar uma contratura muscular

O tratamento para a contratura muscular deve levar em consideração a causa gatilho que está por trás da contração do músculo. Isso porque essa movimentação incorreta pode ser um alerta de mau posicionamento postural ou até mesmo estar associada a uma doença mais grave.

Em períodos de maior cansaço, quando houver muita tensão muscular e as contraturas forem recorrentes, é possível recorrer ao uso de relaxantes musculares. Além de ajudarem a relaxar, auxiliam também a aliviar a dor e a dormir melhor, pois o seu efeito relaxante sobre os músculos favorece o sono e o descanso do corpo.

Além disso, o sedentarismo também contribui para o surgimento das contraturas musculares, por isso se engaje em praticar alguma atividade física.

Como tratar uma contratura em casa

Tomar um banho de água bem quente, deixando se possível o jarro de água quente cair diretamente na região da contratura;Fazer um tratamento com uma bolsa de água quente ou toalha úmida aquecida na região dolorida, durante 15 a 20 minutos, de 2 a 3 vezes por dia;Massagear a região da contratura com movimentos fortes e circulares usando um creme hidratante ou óleo essencial relaxante, especialmente se sentir uma bolinha ou caroço;

Fazer alguns alongamentos, que possibilitem esticar e exercitar o músculo afetado, pois embora estes alongamentos possam inicialmente causar alguma dor, vão ajudar a aliviar a tensão na região da contratura, ajudando a relaxar o músculo. 

 

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