Com a rede privada em colapso, 5 pacientes são enviados a cidades paulistas por falta de leitos em Uberaba

A ocupação de leitos particulares em Uberaba está dramática. A rede privada chegou a 100% de ocupação total no fim de semana e continua ainda nesse patamar. A reportagem do Jornal da Manhã entrou em contato com a assessoria de imprensa dos hospitais particulares e tanto o São Domingos quanto o Mário Palmério confirmaram a ocupação total nesta segunda-feira (1º). Inclusive, cinco pacientes foram remanejados para outras cidades, segundo informou a assessoria do Hospital e Maternidade São Domingos (HMSD).

“O Hospital São Domingos permanece com 100% de ocupação. Lembrando que a taxa de ocupação muda continuamente. A equipe de regulação mediou leitos para quatro pacientes que foram para Ribeirão Preto e um para Franca”, informa, em nota enviada à reportagem.

Já o Mário Palmerio Hospital Universitário (MPHU) está com 100% de ocupação apenas na enfermaria, mas a UTI está com 87,5% dos leitos ocupados nesta segunda-feira, segundo nota enviada à reportagem. O total de leitos destinados à Covid-19 no MPHU é de 8 e, portanto, há apenas mais um desocupado. Ao todo, são 32 leitos UTI destinados ao tratamento da Covid-19 em Uberaba, sendo 24 no HMSD.

A escassez de profissionais de saúde é uma realidade a nível nacional e em Uberaba não é diferente. Em ampliação, o HSMD pretende chegar a 96 leitos entre enfermarias e apartamentos. “Os recrutamentos são contínuos. Há vagas para técnicos de enfermagem e outros profissionais. Os processos de seleção continuam e os interessados devem encaminhar e-mail para currí[email protected]”, confirma a assessoria do hospital.

HOSPITAL REGIONAL

Colocado como possível alternativa para o recebimento de pacientes da rede privada, o Hospital Regional não deve suprir essa demanda. Segundo o diretor Diego Amad, o paciente da rede privada somente será incluído na regulação de leitos SUS após o esgotamento das opções.

“Existe o seguinte fluxo. Se você tem um convênio e vai para um hospital e lá não tem vaga. A primeira coisa que o convênio tem obrigação é de procurar dentro da sua rede credenciada de hospitais fora da nossa região se existe vaga. Esgotadas essas buscas aí sim ele tem que ser inserido no sistema, que é o SisReg que a gente utiliza aqui, que é o sistema de regulação do SUS e do Ministério da Saúde, e esse pedido vai ser encaminhado para o setor de regulação da Secretaria Municipal de Saúde de Uberaba e aí vai ser avaliada e liberada a vaga para o Hospital Regional”, explica.

“Queda nos números da covid nos deixa um pouco mais felizes, mas não tranquilos”, diz secretária-adjunta de Saúde 

A queda no número de casos positivos e óbitos por covid em Uberaba no último final de semana de fevereiro é vista com bons olhos pela administração municipal. A cidade registrou cinco óbitos em 48 horas, longe do recorde de 24 horas, também em fevereiro. A secretária-adjunta de Saúde, Fabiana Prado, em entrevista à Rádio JM nesta segunda-feira, 1º, avaliou a situação da pandemia da cidade após as medidas adotadas no Decreto Municipal 306.

“O nosso acompanhamento dos números é diuturno. Essa discreta melhora nos números nos deixa um pouco mais felizes, mas não tranquilos. Dá sinais de que as medidas foram eficientes, mas ainda não suficientes. O espaço de tempo não é suficiente para nos dar tranquilidade, então continuamos com a preocupação com os cuidados essenciais”, declara Fabiana.

Segundo a secretária, são necessárias mais semanas para definir se o sistema de saúde não vai colapsar por completo, e se as medidas adotadas agiram com a eficiência esperada.

“Nós precisamos de mais semanas para que possamos ficar tranquilos e dizer ‘Olha, parece que não vai explodir o número de casos. Vamos conseguir mais essa fase sem colapso’. Então não estamos tranquilos, precisamos muito do empenho dos uberabenses para mudar esse cenário”, finaliza Fabiana. (Luiz Henrique Cruvinel)

Postado originalmente por: JM Online – Uberaba

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