Com o objetivo de executar cortes por inadimplência e inspeção de unidades consumidoras para verificar possíveis irregularidades – os chamados “gatos” -, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) iniciou, nesta segunda-feira (15), um mutirão para intensificar a fiscalização em Juiz de Fora. A expectativa é que até 400 pontos sejam visitados até a próxima sexta-feira (19). A ação também visa inibir a prática dessas fraudes no sistema elétrico no município.
Os alvos da operação são prédios residenciais e comerciais, entre outros estabelecimentos, previamente designados pelo centro de inteligência especializada da companhia. De acordo com o técnico de serviços e manutenção da Cemig, Samuel Tanuri, o serviço costuma fazer parte do cotidiano da companhia, entretanto, durante esta semana, as equipes serão reforçadas. “A ideia é fazer o máximo que conseguirmos. Serão muitas equipes, e nós acreditamos que vamos estar alcançando, nesta semana, cerca de 400 pontos.”
As irregularidades vistoriadas pela companhia estão relacionadas ao furto de energia. Nos “gatos”, as pessoas realizam desvio na rede elétrica, utilizando energia sem que a mesma passe pelo medidor da Cemig. Muitas vezes, a fraude é aplicada para utilização de aparelhos com cargas maiores, como chuveiro ou bombas de piscinas, entretanto, há casos em que as violações ocorrem para atender toda a residência. “Nós intensificamos [a fiscalização] justamente para inibir essa ação dos clientes e das pessoas que têm essa tendência. Nós percebemos que, nos últimos anos, teve um crescimento”, afirma Tanuri. “Esse ano, estamos fazendo o dobro de inspeções em relação ao ano passado.”
Ainda conforme o técnico da Cemig, parte das ações rotineiras da companhia está relacionada à troca de medidores obsoletos por novos e inteligentes. Este equipamento é capaz, por exemplo, de ativar um alerta para a central da Cemig caso a caixa de energia seja aberta.
‘Gatos’ causam aumento na tarifa dos demais consumidores
Segundo o técnico de serviços e manutenção da Cemig, Samuel Tanuri, um dos principais prejuízos das ligações clandestinas na rede elétrica é sentida pelos clientes da companhia, já que há um acréscimo na tarifa de luz. “Todos nós pagamos, devido a um limite que a Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica] estabelece. Uma parcela é repassada para a conta de energia.” Caso não houvesse irregularidades, a fatura dos consumidores poderia ser até 5% mais barata.
As fraudes causam, inclusive, uma sobrecarga no sistema elétrico, colocando-o em risco. “Pode ser causa de um incêndio ou de um acidente sem proporção, porque a energia é segura, mas sendo bem utilizada e bem monitorada. Se ela começa a ser usada de qualquer forma, sem quesitos de segurança, ela se torna perigosa.”
Consequências
O desvio de energia da rede elétrica, caso constatado pela Cemig, traz uma cobrança a mais na fatura do local onde ocorre a fraude. Conforme a companhia, o valor varia de acordo com o perfil de consumo de cada cliente. A conta emitida poderá ser retroativa em 36 meses anteriores à constatação da irregularidade. Caso seja pega em flagrante, há ainda o risco de a pessoa ser presa por furto de energia.
Além disso, conforme Samuel Tanuri, a instalação de gatos oferece risco para a segurança da própria pessoa que a realiza, bem como dos estabelecimentos próximos. “Ela fica exposta ao sistema elétrico, muitas vezes de forma insegura, então é um risco para segurança dela e para os vizinhos. Ela está alterando e, às vezes, não tem um treinamento ou equipamento adequados. Se você acompanhar nossa equipe na rua, por exemplo, vai ver que eles trabalham de luva, capacete e todo um aparato de segurança que é o que requer para mexer com energia.”
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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora
