Cinema e rádio: veículos de comunicação que apesar de características e linguagens completamente diferentes carregam inúmeras semelhanças.
Essas duas mídias foram desenvolvidas através de pesquisas científicas quase que simultaneamente no final do século 19 e ao longo de suas trajetórias se encontraram, se complementaram e se influenciaram. Em muitos momentos, o cinema retratou em suas telas o rádio, como o filme A Era do Rádio de Woody Allen.
E o rádio, também, abriu e abre seus microfones para o cinema.
No início da década de 1950, o ator Fernando Torres criou na Rádio MEC, o Falando de Cinema, o primeiro programa brasileiro de rádio dedicado às trilhas sonora da chamada sétima arte, que era apresentado pela atriz, referenciada como a grande dama do cinema no Brasil, Fernanda Montenegro.
Depois de Fernando Torres e Fernanda Montenegro, foi Alberto Shatovsky quem atuou produzindo e apresentando o Falando de Cinema, e posteriormente outros programas, como o Música no Cinema.
Outros programas da Rádio MEC reverenciaram o cinema como Em Cena e a Música em Cena, produções de Lilian Zaremba, e o Kinoscope, com produção e apresentação de Fabiano Canosa.
Na Rádio Cultura, os programas Cinema Falado de Luciano Ramos e Super 8, produção, roteiro e apresentação de Alexandre Ingrevallo também exibem as trilhas, as novidades e os clássicos cinematográficos.
Muitos programas radiofônicos se dedicaram ao universo do cinema e se apoiaram nas grandes trilhas sonoras para atrair os ouvintes.
O rádio e o cinema são meios de comunicação que nasceram na mesma época e, ao mesmo tempo que se dirigem a comunicação de massa, expressam-se individualmente para cada espectador ou ouvinte transmitindo informações, multiplicando experiências e promovendo entretenimento.