Cantora mineira é impedida de usar maiô em prédio: ‘Me senti acuada’

Bruna Nery recebeu mensagem de madrugada da síndica que enviou foto da cantora dentro do elevador usando um maiô

Bruna Nery, de 27 anos, saiu do apartamento em que mora em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, pronta para curtir uma festa de Carnaval. O que ela não imaginava é que aquele momento de alegria poderia te trazer sentimento de culpa algum tempo depois.

De maiô e tênis, a cantora seguiu para a folia e voltou para casa por volta de meia-noite. Depois, às 1h45, ela relatou ter recebido uma mensagem da síndica pedindo urgência para falar com ela.

“Você chegar naqueles trajes é sim um problema sério, um pouco antes uma família tinha acabado de chegar com os filhos e seria muito desconcertante te verem vestida assim. O prédio é muito sério, com regras rígidas que procuramos cumprir seriamente! Temos muitos idosos, as pessoas se conhecem, somos uma família que você já faz parte dela, como sua avó”, diz parte da mensagem enviada pela síndica.

A cantora explicou que ficou bastante “constrangida” com a mensagem que recebeu. “Eu transitei do carro até o elevador. Já era tarde, então assim, ela alegou que o problema era alguma criança ou o senhor vê, mas essa hora eu acho que já estavam todos dormindo. As mensagens dela me deixaram bastante triste, constrangida, eu me sentia acuada, suja, imoral, como se eu tivesse feito a pior coisa do mundo,” desabafou.

Depois daquela conversa, Bruna contou que no prédio nada aconteceu, mas nas redes sociais recebeu apoio de outras mulheres que relataram ter passado por situações semelhantes. “Fui pro Twitter desabafar, não achei que tomaria essa proporção…”.

“Várias mulheres comentaram no Twitter que passaram por situações parecidas até, inclusive, em um condomínio. Eu achei bem legal o apoio dessas mulheres. A maioria dos comentários foi positivo, sabe? Me apoiando…Sempre tem um ou outro ali infeliz, mas a maioria foi bem legal, me senti bem acolhida. E a repercussão eu não esperava. Eu achei que ia dar, sei lá, 30 likes no máximo. Quando eu vi bum!”, contou a artista.

Conforme Bruna, o questionamento que ela faz não é sobre quais roupas podem ou não ser usadas no prédio, mas sim pela forma com que tudo ocorreu. “Eu saí na rua, passei na frente de policial, passei na frente de dono de estabelecimento de bar, todo mundo me deixou entrar, ninguém alegou nada, nada sobre atentado ao pudor, nada sobre nada. Foi mais um julgamento moral”, concluiu.

As informações são da Rádio Itatiaia – Associada Amirt 

Foto: Arquivo Pessoal

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