Campanha da Fraternidade estimula participação em políticas públicas

Fortalecer a cidadania e a consciência do bem comum por meio do estímulo da participação dos fiéis em políticas públicas são alguns dos objetivos da Campanha da Fraternidade 2019. Com o tema “Fraternidade e Políticas Públicas” e o lema “Serás libertado pelo direito e pela justiça”, a CF será lançada no próximo dia 6, na Quarta-feira de Cinzas. Em entrevista coletiva na Cúria Metropolitana nesta sexta-feira (1º), a Arquidiocese de Juiz de Fora apresentou a campanha, que também será tema de sessão na Câmara Municipal no dia 21 de março.

Políticas públicas são ações discutidas e aprovadas pela governança, a fim de solucionar problemas da sociedade e garantir segurança, ordem, bem estar e dignidade por meio do direito e da justiça. De acordo com Dom Gil Antônio Moreira, arcebispo metropolitano, a Igreja Católica serve como veículo para levar à reflexão desses problemas.

“Quando a Igreja trata de políticas públicas, não está fugindo do seu objetivo e não está fazendo nenhum trabalho de oposição a esse ou aquele governo”, diz Dom Gil Antônio Moreira, arcebispo metropolitano (Foto: Fernando Priamo)

“Quando a Igreja trata de políticas públicas, não está fugindo do seu objetivo e não está fazendo nenhum trabalho de oposição a esse ou aquele governo. A Igreja não tem partidos, a Igreja tem princípios. Com esses princípios, ela quer ajudar, então, nossos governantes a encontrarem um caminho de solução para aqueles problemas mais sérios.”

Essas soluções podem, inclusive, partirem da iniciativa popular, que leva colaboração e conhecimento sobre as questões que envolvem a população. Conforme o secretário-executivo da Coordenação de Pastoral Arquidiocesana, Padre Everaldo José Sales Borges, as políticas públicas são compostas por diretrizes para solucionar um problema público, caracterizado por um série de ações de excesso ou de carência de algo ou situação na sociedade.”A Igreja enxerga que as políticas públicas não precisam ser implementadas, necessariamente, só pelo Estado. O Poder Público pode ser um gestor de diretrizes, mas existem iniciativas pessoais, individuais, de organizações e entidades como a Igreja.”

Assim, a fim de estimular a participação pública, a CF deste ano irá levar conhecimentos mais amplos sobre o assunto em questão, segundo o Padre Antônio Camilo de Paiva, vigário episcopal para Educação, Comunicação e Cultura. “A partir dessa campanha, a Igreja leva as pessoas a conhecerem quais são as engrenagens e quais são os canais que devem buscar para que se realizem políticas públicas.”

Tempo de conversão

A Quarta-feira de Cinzas, quando será lançada a Campanha da Fraternidade, marca, também, o início da Quaresma, período de 40 dias que antecede a Páscoa. Por ser considerado um tempo de conversão pela Igreja católica, o Padre Everaldo acredita que a mudança na sociedade parte da mudança individual dos fiéis. “Nós conseguimos transformar o mundo a partir da transformação de cada um, e nisso a Igreja atua também. A Igreja crê que a Campanha da Fraternidade, nesse tempo de Quaresma, pode auxiliar a sociedade e diminuir os problemas públicos a partir de ações que sejam individuais ou da transformação do interior das pessoas.”

Marcando a Quarta-feira de Cinzas, Juiz de Fora contará com programação especial nas comunidades da arquidiocese. Durante as celebrações da data, será feita a tradicional imposição das cinzas sobre a cabeça dos fiéis. No catolicismo, a ação simboliza fragilidade e pequenez humana, levando os fiéis a visualizarem a Quaresma. Na Catedral Metropolitana (Rua Santo Antônio 1201, Centro), acontecem celebrações às 7h, 10h, 15h e 19h. No último horário, a missa será presidida pelo Dom Gil Antônio Moreira, com abertura oficial da Campanha da Fraternidade 2019 na Arquidiocese.

Arquidiocese envia grupos a Brumadinho

Durante a coletiva, Dom Gil Antônio Moreira, arcebispo metropolitano, também anunciou a visita de grupos de assistência à Brumadinho, cidade afetada pelo rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Vale em 25 de janeiro deste ano. A princípio, três sacerdotes de Juiz de Fora estarão no local entre os dias 20 e 22 de março: José de Anchieta Moura Lima, administrador da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Benfica, Monsenhor Luiz Carlos de Paula, vigário geral e pároco de Catedral, e Luiz Eduardo de Ávila, vigário paroquial da Catedral.

O arcebispo metropolitano está reunindo outro grupo composto por religiosos e leigos para também visitarem Brumadinho, ainda sem data definida. O objetivo é dar conforto espiritual e levar a Palavra de Deus aos familiares das vítimas da tragédia. “Nossa iniciativa é uma pequena colaboração que a Igreja de Juiz de Fora tem a oferecer a esses irmãos mineiros que padecem nesse momento”, diz Dom Gil.

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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