O cacique Aritana Yawalapiti, 71, uma das maiores lideranças indígenas da região do Alto Xingu, em Mato Grosso, morreu na madrugada desta quarta-feira (5) por complicações da Covid-19.
Ele ficou internado por 15 dias em um hospital particular de Goiânia.
Aritana buscou o primeiro atendimento médico ainda em meados de julho, na própria aldeia, após sentir os primeiros sintomas da doença.
Mas, assim que o quadro respiratório dele piorou, foi transferido no dia 18 de julho para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital de Canarana (a cerca de 600 km de Cuiabá), onde o diagnóstico de Covid-19 foi confirmado dois dias depois.
Da cidade mato-grossense, o cacique foi levado ao hospital particular São Francisco, em Goiânia (a 700 km de Canarana), onde passou as duas últimas semanas internado.
O corpo do cacique deverá ser velado na própria aldeia nos próximos dias, para que sejam cumpridos os rituais da cultura indígena.
Cacique desde os 19 anos, Aritana é filho de Paru Yawalapiti, líder indígena que atuou ao lado de Orlando Villas-Bôas na defesa da criação do Parque Indígena do Xingu na década de 1960.
Há cinco anos, ele perdeu o irmão, Pirakuman Yawalapiti, vítima de um AVC. Ele deve ser substituído pelo filho, Tapi Yawalapiti, que acompanhou Aritana e o cacique Raoni Metkure na viagem que fizeram à Europa no ano passado em busca de apoio para a proteção da Amazônia, quando visitaram o presidente da França, Emmanuel Macron, e o papa Francisco.
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