Brasil registrou 1.338 feminicídios em 2020; Minas tem alta de 4%

Feminicídios tiveram alta de 2% em relação a 2019, conforme os dados, que tiveram 10 de seus 12 meses sob efeito da pandemia

O Brasil registrou 1.338 feminicídios em 2020, conforme os dados colhidos pelo jornal ‘Folha de S.Paulo’ nas secretarias de Segurança Pública dos 26 estados e do Distrito Federal.  

Os dados, que tiveram 10 de seus 12 meses sob o efeito da pandemia de Covid-19, mostrou que houve alta de 2% em relação a 2019.  

Dos 13 estados que registraram aumento na violência contra as mulheres, 12 estão localizados no Norte, Centro-Oeste e Nordeste. Minas Gerais, teve alta de 4%, mas ficou fora desse grupo. 

Já o Distrito Federal (-47%), Rio Grande do Norte (-38%) e Sergipe (-33%) tiveram redução dos registros. Em relação a população, Ceará e Rio Grande do Norte foram as unidades da federação que tiveram o menor índice de mulheres mortas a cada 100 mil habitantes em 2020. 

Por meio de nota, o Ministério da Justiça informou que por falta de padronização entre os estados para a tipificação de feminicídio, a pasta criou um projeto denominado Portal Digital, que segue em desenvolvimento.  

Além disso, afirmou que enviou aos estados um protocolo nacional de investigação e perícias nos crimes de feminicídio. 

Especialista em Prevenção e Enfrentamento à Violência contra as Mulheres da ONU Mulheres Brasil, Aline Yamamoto, apontou que “há muitos indícios e estudos em outros países que apontam para o agravamento da violência contra as mulheres em situação de crises, como tem sido na pandemia.” 

Alice Bianchini, vice-presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada da Ordem dos Advogados do Brasil, destacou que “hoje a situação é um reflexo dessa falta de políticas públicas de discutir questões de gênero dentro das escolas.” 

Por fim, a diretora-executiva do Instituto Sou da Paz, Carolina Ricardo, ressaltou que “é importante atacar a violência contra a mulher antes de virar feminicídio. Quanto mais eficiente a gente é para lidar com as agressões prévias, menor é o risco.” 

Foto: Pixabay

 

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