Bombeiros alertam para a temporada de incêndios no campo

Embora ocorrências estejam menos incidentes devido à massa de ar frio que permanece no estado

Todo ano é a mesma coisa. De julho a outubro, cresce a preocupação com os riscos de incêndio no campo e em áreas de floresta. Isso acontece por ser um período de estiagem mais prolongado e, em geral, de ar mais seco. De acordo com o tenente Leonan Soares Pereira, comandante do Pelotão de Combate à Incêndios Florestais, esse ano ainda não chegamos ao período mais crítico por causa das massas de ar frio que circulam no estado.

“Estamos em alerta e é possível que, ainda neste mês de julho,  ocorrências de grandes proporções aconteçam , mas devido às baixas temperaturas e à boa umidade relativa do ar, os eventos estão mais tardios”, disse.

No entanto, o padrão de aumento de chamados nessa época do ano, se repete. Segundo o comandante, somente em junho, o Corpo de Bombeiros registrou um acréscimo de quase 11% no número de chamados para combate a focos de incêndio, se comparado ao mesmo período do ano anterior.

De acordo com o Instituto Estadual de Florestas (IEF), 99% das ocorrências relacionadas a fogo no campo, nessa época do ano,  são causadas por ações humanas de negligência, imprudência ou imperícia ao utilizar o fogo, seja para a limpeza do pasto e renovação da lavoura, para queima de folhas, lotes vagos ou até mesmo a utilização de fogos de artifício. “Nesse período do ano, as causas naturais de incêndio (descargas elétricas, por exemplo) são, praticamente, descartadas devido à baixa incidência de nuvens”, explica o tenente Leonan.

Incêndios tiram vidas e impactam a produção rural

O Superintendente do SENAR Minas – que integra o Sistema FAEMG (Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais) – Christiano Nascif, lembra que os incêndios florestais tiram vidas, prejudicam a biodiversidade e impactam a produção rural ao reduzirem a infiltração da água, ocasionando perdas agrícolas. “As queimadas podem danificar o solo provocando alterações físicas, químicas e biológicas e, consequentemente, aumentando os custos de produção, uma vez que serão necessárias intervenções para recuperar a área degradada. Elas também afetam diretamente a renda dos produtores rurais, interferindo em suas qualidades de vida”, explicou.

Nascif disse ainda que outros problemas são: os danos causados à saúde das pessoas, devido à inalação de ar carregado de partículas, e fato das queimadas serem uma das principais causas de emissões de gases de efeito estufa, da extinção e destruição de habitats naturais. “Não há produção sem a terra ou os recursos que garantam sua prosperidade. Por isso, é fundamental o envolvimento de cada um, monitorando e cuidando da sua região”, falou.

“Não há produção sem a terra ou os recursos que garantam sua prosperidade. Por isso, é fundamental o envolvimento de todos”, Christiano Nascif, superintendente do SENAR Minas.

A FAEMG lançou, essa semana, a campanha “Prevenir é melhor que combater” com o objetivo de disseminar boas práticas anti-incêndios entre os produtores rurais. As informações chegarão ao público-alvo por meio de cartilhas, vídeo, podcastspot em de rádio e materiais digitais.

Curso de Brigadista

O Senar Minas disponibiliza os cursos de “Brigadista Florestal”, com duração de 40 horas, para formar profissionais capacitados em prevenção, controle e combate a sinistros florestais, e o “Brigadista Orgânico”. A formação tem duração de 24 horas e instrui sobre os critérios mínimos para aplicação de medidas de segurança contra incêndio.

Somente no último ano foram realizados 200 cursos de Brigadista Orgânico e 81 de Brigadista Florestal, capacitando um total de 2825 pessoas.

Medidas que devem ser adotadas, nessa época do ano:

  • Aceirar (capinar faixas de terra) as plantações e propriedades rurais, abrindo corredores para evitar a propagação dos incêndios;
  • não realizar queima de folhas, galhos ou do pasto;
  • não utilizar fogos de artifício e, se for acampar, não acender fogueiras;
  • Caso seja surpreendido ou se depare com um incêndio florestal, acione imediatamente o Corpo de Bombeiros pelo número 193. Nessas ocorrências o tempo é crucial para minimizar os danos e quanto maior o tempo até que se inicie o combate, maiores são os riscos para residências, veículos e para a população.
  • Mantenha-se calmo, procure um local seguro e identifique a localização exata, informando um ou mais pontos de referência para que as equipes encontrem o foco o mais rapidamente possível.
  • Limpar galpões de máquinas, armazéns, currais, entre outras construções utilizadas para abrigar animais, mantendo-os com vegetação baixa, e utilização de técnicas de manejo adequado do solo, para manter a umidade por mais tempo.
  • Optar pela compostagem do material orgânico e articular com outros produtores, sindicatos, prefeituras e organizações o recolhimento ou pontos de entregas de materiais recicláveis, fomentando cooperativas e gerando renda local.
  • Avaliar a possibilidade de criar uma brigada local para combate a incêndios, utilizando os cursos do SENAR para formação de pessoal, além de uma rede de comunicação de grupo utilizando aplicativos como WhatsApp e Telegram.

(*) Fonte: Corpo de Bombeiros e Sistema FAEMG

As informações são da Rádio Itatiaia – Associada Amirt

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