Aos 106,3 pontos, o ICEC de setembro é o segundo maior do ano, só perdendo para o mês de abril quando atingiu 106,7 pontos
De acordo com a pesquisa Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), analisada pelo núcleo de Pesquisa & Inteligência da Fecomércio MG e aplicada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), o ICEC aumentou 1,9 ponto percentual. Aos 106,3 pontos, o ICEC de setembro é o segundo maior do ano, só perdendo para o mês de abril quando atingiu 106,7 pontos. As boas expectativas para a economia do país, para o comércio e a empresa sustentam a intenção de aumentar as contratações.
As empresas com mais de 50 empregados e o segmento de semiduráveis despontam como os mais confiantes com pontuação respectiva de 113,1 e 110,3. As empresas com menos de 50 funcionários e os segmentos de não duráveis e duráveis, também passaram dos 100 pontos com o menor índice de confiança registrado por duráveis, aos 101,0 pontos.
Condições atuais da economia, do comércio e das empresas
Para a maioria dos empresários do comércio, a condição atual da economia piorou muito (30,9%). Esse percentual é maior para os empresários de empresas de menor porte, com menos de 50 funcionários (36,4%).
Para 59,7% dos empresários do comércio, houve piora nas condições atuais para o setor. Em setembro, houve uma redução de 1,9 p.p. de empresários com percepção de piora nas condições atuais se comparado a agosto. As empresas que comercializam bens duráveis são as que mais perceberam piora.
Em relação às condições atuais da empresa, 46,6% afirmaram que houve piora. Esta percepção reduziu em 3,9 p. p. em relação ao mês de agosto. Entre os empresários com até 50 empregados, 46,7% perceberam piora das condições do estabelecimento, o que ocorre para 37,5% dos empresários com quadro de funcionários mais de 50 empregados.
Fernanda Gonçalves, economista da Fecomércio MG, ressalta o comportamento dos empresários do comércio. “Embora haja uma percepção de deterioração nas condições econômicas e setoriais atuais, os empresários do comércio continuam a exibir otimismo em relação ao desempenho de suas próprias empresas. As elevadas taxas de juros (10,75% ao ano) e o aumento nos custos de insumos, energia e logística, são aspectos que afetam negativamente o comércio neste momento. No entanto, um mercado de trabalho aquecido neste segundo semestre, assim como a presença de datas comemorativas que atraem mais clientes para os setores de comércio e serviços, além da maior disponibilidade de renda entre as famílias, têm um impacto positivo, impulsionando as vendas e criando um ambiente mais favorável para os empresários do setor”, explica Gonçalves.
Expectativa para economia, o comércio e a empresa
Na comparação com o mês anterior, os empresários do comércio estão mais otimistas quanto à situação econômica futura do Brasil. No mês de setembro, 64,0% preveem melhora para o cenário econômico, resultado 3,0 p.p. superior ao observado em agosto.
Os empresários também estão mais confiantes na melhora para o setor, na comparação com o mês passado. No mês de setembro, 73,6% disseram acreditar nessa evolução, valor superior ao observado em agosto (72,8%).
Em comparação com o mês de agosto, as expectativas dos empresários para as suas empresas mantiveram-se estatisticamente estáveis. Em setembro, 80,6% disseram acreditar que as vendas irão melhorar, apresentando uma queda de 0,1 p.p. da mesma resposta em relação ao mês anterior.
Contratações, nível de investimento e estoques atuais
A pesquisa mostra que 70,9% dos empresários do comércio de Belo Horizonte pretendem aumentar o quadro de funcionários. Entre as empresas de maior porte (com mais de 50 empregados), 73,3% têm a intenção de aumentar o número de funcionários.
O nível de investimentos das empresas está maior para 48,3% das empresas, valor superior ao observado no mês anterior (49,2%). Para 44,7% das empresas de maior porte, o nível de investimentos se encontra maior, apresentando uma redução no índice quando comparado ao resultado do último mês.
Os estoques estão adequados para 63,0% das empresas; para 20,2% delas há excesso de produtos e, para 16,8%, faltam itens.