BLOG DO GU FREITAS – Cruzeiro: Quando os egos são maiores que as boas intenções

O mundo do futebol e esportivo está parado por conta da pandemia do Covid-19, mas os bastidores do Cruzeiro continuam quente e com briguinhas inacreditáveis pelo momento que o clube atravessa.

A última da vez, é a briga mais acirrada pelo poder da presidência celeste. O Conselho Gestor divulgou uma nota se referindo ao assunto e o candidato da oposição também o fez.

No bastidor segue forte os egos acirrados, a sede do poder e enquanto isso, a torcida fica cada dia mais furiosa e desconfiada da intenção de todos.

A briga se da pela eleição de um mandato tampão e a eleição para o mandato de três anos em outubro. O Conselho Gestor disse que o Cruzeiro não suporta duas eleições no mesmo ano, e ameaça retirar Emílio Brandi da disputa se houver oposição.

– Caso ocorra a eleição em maio, promovendo este ‘racha’, neste momento difícil do clube, não haverá candidato do conselho gestor e no dia 31 de maio o grupo encerrará suas atividades, com todos os gestores voltando a ser apenas torcedores – disse um trecho da carta do conselho.

A situação no Cruzeiro é mais que delicada, e aparentemente, a podridão cega pelo poder se amontoa no clube. O Cruzeiro não consegue seguir em paz, mas as brigas para ver quem manda mais estão de vento em polpa.

O momento que todo cruzeirense espera é o de conciliação pelo Cruzeiro e apenas pelo Cruzeiro. As pessoas não importam. O que importa é a ressurreição de um Gigante!

Acho que ser o presidente da raposa no ano do centenário do clube, para algumas pessoas, é mais importante que o Cruzeiro em si.

Confira abaixo na íntegra o posicionamento do Conselho Gestor e de Sérgio Rodrigues da oposição:

Conselho Gestor: O Cruzeiro não suporta duas eleições em um ano

Os representantes do conselho gestor do Cruzeiro vêm a público manifestar seu posicionamento a respeito de duas eleições em apenas um ano e o andamento dos trabalhos de reconstrução do Cruzeiro Esporte Clube. Nessa quinta-feira, o candidato Sérgio Santos Rodrigues afirmou que as eleições no Cruzeiro devem acontecer de qualquer maneira, mesmo com a crise provocada pela pandemia de coronavírus.

Porém, o momento é de muita cautela, não apenas pelas consequências da doença que assola o mundo, mas também pela situação do próprio Cruzeiro, que voltou a respirar após ser completamente arrasado pelas antigas gestões, culminando com o rebaixamento e a maior crise financeira de sua história.

Em três meses com o conselho gestor o Cruzeiro passou por uma grande transformação, com muitas demissões, revisão e renegociação de contratos, e a diminuição de uma folha salarial de 16 milhões para menos de 3 milhões de reais. Foi contratada a empresa Kroll, para investigação corporativa, iniciada a negociação das dívidas dos processos na Fifa, a defesa para a manutenção do clube no Profut e renegociação das antigas dívidas com os credores. Tudo isso está evoluindo porque as entidades entendem que o Cruzeiro hoje é gerido por pessoas que buscam soluções para o clube, não qualquer tipo de vantagem. E o Cruzeiro voltou a ter CREDIBILIDADE, perante a todos.

A realização de duas eleições em apenas um ano vai paralisar, ou ainda voltar as negociações à estaca zero, atrasando um processo de retomada de crescimento, justamente quando o clube começa a engrenar, ganhar ritmo na área financeira, administrativa e institucional. E com uma reformulação recente no departamento de futebol. É necessário ressaltar, da maneira mais clara possível: o Cruzeiro será o mais prejudicado.

No conselho gestor não tem nenhum político para ficar fazendo conchavos e alianças, nenhum membro que ao longo das últimas décadas vem almejando a cadeira da presidência. Emílio Brandi, candidato, hoje é o representante do Conselho Gestor e já mostrou que não tem a intenção de continuar neste mundo político da instituição. E o conselho gestor ainda tentou fazer uma composição, na tentativa de evitar um dano maior para o clube com as eleições em maio.

Uma pergunta aqui se faz necessária para a outra chapa. Por que não usar o bom senso, para deixar que o trabalho tenha continuidade por um tempo minimamente razoável?

Todos sabem os motivos que levaram o Cruzeiro à crise, com o rebaixamento no futebol, o nome da instituição em páginas policiais, descrédito em todas as esferas e sem dinheiro nem para o vale transporte das cozinheiras da Toca.
A situação era seríssima e continua muito difícil. Com uma administração austera, após cortar despesas por todos os lados, o Cruzeiro ainda pode ser derrotado se não conseguir manter uma gestão eficiente e não honrar as dívidas com os processos na Fifa, com o possível rebaixamento à Serie C caso não faça os pagamentos.

Portanto, passar por duas eleições em um único ano, com um pleito em maio e outro em outubro, será algo catastrófico para a instituição. O momento é de todos trabalharem para a recuperação do Cruzeiro, não de convencer A ou B para tentar ganhar o seu voto.

Reiterando: em maio o Brasil e o mundo ainda estarão sofrendo com o coronavírus e a sua consequente crise econômica. A intenção é que até outubro o conselho gestor dê uma continuidade ao trabalho, fazendo o que tem que ser feito, dando todo o respaldo para que o futebol siga bem em campo e atinja o objetivo principal, que é o acesso à Série A. Até lá a ‘casa’ estará mais arrumada, para então, democraticamente, se eleger o novo presidente do clube.

Caso ocorra a eleição em maio, promovendo este ‘racha’, neste momento difícil do clube, não haverá candidato do conselho gestor e no dia 31 de maio o grupo encerrará suas atividades, com todos os gestores voltando a ser apenas torcedores.

Conselho Gestor do Cruzeiro Esporte Clube

Íntegra da carta de Sérgio Santos Rodrigues

Boa noite, pessoal! Sobre as eleições do Cruzeiro e a possibilidade de cancelar o pleito no dia 21 de maio e realizar apenas uma eleição em outubro, eu penso:

De antemão, a saúde das pessoas sempre está em primeiro plano. A pandemia é muito séria e é essencial acatar todas as medidas sugeridas pela Organização Mundial de Saúde de distanciamento e precaução. Sobre isso não há discussão.

Contudo, temos urgência. Novamente alertamos para a necessidade de definirmos o quanto antes uma direção para o clube. É muito improdutivo fazer quaisquer mudanças no comando ao longo do Campeonato Brasileiro. O Cruzeiro precisa concentrar todos seus esforços em subir para a Série A, com planejamento e segurança, principalmente celebrando seu centenário no próximo ano.

Diante disso, é absolutamente possível atender as duas demandas, tanto manter as precauções de saúde como realizar as eleições. Uma eleição virtual é simples de promover, outros clubes e empresas já o fizeram. O mundo hoje trabalha e opera à distância. Vários conselheiros inclusive endossam a proposta, até mesmo se dispondo a arcar com parte dos custos, no entendimento que resolver logo essa situação é o mais positivo a ser feito.

Outra forma de fazer é por envelopes, assim como procede a Amagis – Associação dos Magistrados Mineiros, para cerca de 2 mil votantes, e a AMB – Associação dos Magistrados Brasileiros, realizada para 20 mil pessoas em todo o Brasil. Inclusive três Desembargadores do Conselho do Cruzeiro aceitam coordenar o pleito dessa forma.

Em suma, o problema da pandemia atual demanda todos os cuidados. Mas a situação em que nos encontramos também requer extrema atenção. Ter um núcleo transitório na gestão por um terço de mandato é um modelo que definitivamente não acreditamos. Como também não acreditamos num clube de futebol gerido por um conselho de oito pessoas. Não existe autonomia e efetivamente não é a melhor solução até outubro.

Com fé em Deus, essa pandemia logo irá passar. Entretanto, a forma como escrevemos nossa história fica para sempre. E não podemos mais errar.

Um abraço! Sérgio Rodrigues

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Postado originalmente por: Minas AM/FM

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