Recursos já devem ser disponibilizados em 2023
O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), através de um memorando de entendimento assinado junto ao New Development Bank (NDB), vai captar até US$ 200 milhões – cifra próxima a R$ 1 bilhão – para investimentos em projetos que estejam atrelados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
Os recursos, que devem ser disponibilizados em 2023, poderão ser acessados por empresas, incluindo, as micro e pequenas, e também por prefeituras. Esta poderá ser a maior captação da história do BDMG.
O presidente do banco, Marcelo Bomfim, ressaltou que a assinatura do memorando com o NDB – conhecido no Brasil como o “banco do Brics” – é um importante passo para a captação de recursos, que será essencial para o desenvolvimento de Minas Gerais.
“O BDMG apresentou o projeto ao Comitê de Financiamentos Externos (Cofiex) e foi considerado um dos melhores. Conseguimos uma aprovação para o aval soberano de início desse projeto de até US$ 200 milhões, o que corresponde a R$ 1 bilhão. Os recursos serão destinados à nossa população mineira, teremos taxas mais baratas e prazo de 25 anos para pagamento. Isso vai permitir o desenvolvimento de Minas Gerais”, explicou.
Com os recursos, o BDMG continuará a atuar nas pequenas cidades como as da região do Jequitinhonha e do Norte de Minas. Municípios que, segundo o representante do BDMG, precisam da atuação do banco.
“O BDMG está presente em 94% dos municípios mineiros e nós, desde quando assumimos, temos trabalhado para diminuir os custos de captação. E é isso que a gente vem fazendo. Quanto mais barato captar, mais barato poderemos emprestar para as nossas empresas de micro e pequeno portes. Vamos atrair investimentos para o Estado e apoiar também os municípios”.
Entre os projetos que podem ser financiados estão os de infraestrutura, incluindo transporte e mobilidade urbana, saneamento, fontes renováveis e eficiência energética.
Iniciativas de alto impacto em desenvolvimento humano e socioambiental – como agricultura sustentável, saúde e bem-estar e inclusão produtiva, entre outros – também poderão ter acesso aos recursos.
“Estes recursos que estamos buscando junto ao NDB estão em plena sintonia com os ODS da ONU. O banco também é signatário da ONU e busca projetos relevantes para crédito verde, energia limpa e estamos fazendo isso. A gente tem trabalhado para promover o crescimento econômico do Estado. Estamos trabalhando para fazer a maior captação da história do BDMG e também a primeira com aval soberano da União”.
O presidente do New Development Bank (NDB), Marcos Troyjo, explicou que o memorando assinado com o BDMG representa muito mais que um financiamento. Ele será um gerador de conhecimento que, no futuro, poderá ser compartilhado com outros países.
“O memorando do entendimento se alastra para várias áreas, não apenas para questões de financiamento, mas também para o intercâmbio de conhecimento, de expertise técnica. O interessante é que muitas das soluções aqui desenvolvidas, provavelmente, poderão ser replicadas e adaptadas a outras realidades em grandes países emergentes como é o caso da Índia, da África do Sul e tantos outros”.
Troyjo ressaltou ainda que o projeto do BDMG e do NDB é importante para a democratização do acesso a recursos financeiros com prazos de quitação prolongados e juros baixos.
“Muitas vezes, instituições como o BDMG e o NDB aparecem como figuras intocáveis. Por meio desse projeto, conseguimos democratizar o acesso de prefeituras, empresas e atores de menor tamanho relativo aos recursos de longo prazo que estão disponíveis no mundo e, às vezes, estacionados a taxas de juros muito baixas. Esse é um dos principais paradoxos do mundo contemporâneo, onde você tem um gigantesco estoque de recursos, de liquidez que está parado por vezes a taxa de juros negativos e esperando por boas oportunidades de utilização de capital e, por outro lado, você tem um déficit de infraestrutura. Essa parceria é uma ponte”.
Para o governador Romeu Zema, o projeto de captação de R$ 1 bilhão fará toda diferença para um banco do porte do BDMG. Com mais este projeto, a instituição cumpre o papel de desenvolvimento.
“Desde o início do nosso governo, há quatro anos, eu tenho acompanhado o BDMG que tem aumentado os desembolsos todos os anos. O banco teve um papel extraordinário durante a pandemia, levando o crédito, principalmente, para os micro e pequenos empresários do Estado que naquele momento enfrentaram uma situação muito difícil”.
Resultados
Durante a assinatura do memorando, o presidente do BDMG comentou sobre os resultados da instituição. Em 2022, mesmo com os reflexos da pandemia, o banco atingiu um volume de captações que superou R$ 1 bilhão, mais do que o dobro do ano passado. Até o fechamento de novembro, o volume de desembolsos foi de R$ 2 bilhões – crescimento de 15,3% em relação ao mesmo período do ano passado.
Nos primeiros 11 meses do ano, um dos destaques foi o segmento das micro e pequenas empresas, que registraram alta de 60,3% no volume desembolsado, para R$ 383,1 milhões.
Os impactos do aumento dos desembolsos representam estímulo à geração e manutenção de 50,9 mil empregos, no pagamento de R$ 928 milhões em forma de renda, geração de R$ 118,7 milhões em ICMS e na contribuição de R$ 1,96 bilhão em valor adicionado à economia do Estado.
Presente em 94% dos 853 municípios mineiros, o BDMG se manteve comprometido com financiamentos que resultam no desenvolvimento regional com impactos positivos para o meio ambiente e a sociedade mineira.
“Até novembro, nossos desembolsos somaram R$ 2 bilhões, gerando muitos impactos em Minas. É um trabalho de consistência, de assertividade, de presença e de aproximação do banco não só dos municípios como também das empresas. Esse investimento do setor produtivo é muito importante para Minas Gerais”, avaliou Bomfim.
As informações são do Diário do Comércio.
Foto: BDMG