Avanço da indústria mineira em 2022 deve ser menor que a média nacional

Expectativas quanto ao desempenho do setor em 2023, no entanto, seguem positivas, mas com algumas preocupações

A indústria mineira deve encerrar este ano com crescimento de 1,14% no Produto Interno Bruto (PIB). Para o próximo exercício, as estimativas são um pouco melhores e dão conta de uma evolução de 1,5%. Os dados foram apresentados pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), nesta quinta-feira, em tradicional balanço anual da entidade.

De acordo com o presidente da federação, Flávio Roscoe, ao contrário do que ocorreu nos últimos anos, em 2022 o setor no Estado não deve crescer acima da média nacional. A expectativa é que o PIB da indústria brasileira avance 1,95% neste exercício. Já no ano que vem, o movimento deve ser retomado, uma vez que as projeções para o parque nacional dão conta de avanço de 0,20%.

Para ele, um conjunto de variáveis culminaram com o crescimento menor neste exercício. “Nossa expectativa era de um crescimento acima, mas alguns setores passaram por impactos, como os que possuem alta dependência das exportações, e, neste quesito, a indústria mineira sofre mais impactos do que a doméstica”, explica.

Roscoe também citou que ações de desburocratização e simplificação foram marcas dos últimos governos federal e estadual e fizeram com que a indústria mineira crescesse mais. O dobro da média nacional nos últimos três anos, segundo já dito pelo dirigente repetidas vezes.

Perspectivas com retorno de Lula

Agora, com a reeleição do governador Romeu Zema (Novo), mas o retorno de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao governo federal, o cenário pode mudar. As expectativas quanto ao desempenho da indústria em 2023 seguem positivas, porém, com algumas preocupações.

“A expectativa ainda é de preocupação em vários setores. Primeiro devido ao desaquecimento econômico internacional em função da alta das taxas de juros em diversos países. No mercado interno, as preocupações voltam-se para as medidas econômicas a serem adotadas pelo novo governo. Tudo isso leva a alguma apreensão. Mas esperamos que sejam medidas positivas que atendam aos anseios daqueles que investem no País, para que tenhamos retomada dos investimentos e manutenção do emprego”, afirma.

O gerente de Economia da Fiemg, João Gabriel Pio, detalhou os desempenhos de cada setor-chave da indústria. A alta da indústria neste ano será puxada por energia e saneamento (9,8%) e pela construção (7%).

As informações são do Diário do Comércio.

Foto: José Paulo Lacerda

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