A CPI do Senado que investiga o rompimento da barragem em Brumadinho, Minas Gerais, convocou para esta quarta-feira (3) os representantes de duas auditorias estrangeiras, a da empresa alemã TUV SUD, que atestou a segurança da barragem antes do rompimento, e a da francesa Tractebel, que chegou a analisar a estrutura mas foi trocada pela concorrente alemã.
A TUV SUD acabou dando o atestado de estabilidade à estrutura da Mina Córrego do Feijão, que rompeu no dia 25 de janeiro levando a morte de 217 pessoas. Oitenta e quatro continuam desaparecidas.
Existe a suspeita de que a Vale teria trocado de auditoria para conseguir o atestado de estabilidade da barragem.
O representante da auditoria alemã TUV SUD, Makoto Namba, conseguiu um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para poder ficar em silêncio na CPI.
O relator da comissão, senador Carlos Viana, do PSD mineiro, fez perguntas, mas não obteve respostas.
O direito ao silêncio é possível porque ninguém é obrigado a produzir provas contra si, sendo essa uma estratégia da defesa do executivo.
Na audiência da semana passada, na CPI, o presidente afastado da Vale, Fábio Shuartsman, disse que, para a mineradora as barragens estavam em perfeitas condições já que as auditorias independentes assim diziam e a mineradora não teria porque desconfiar.
Nesta quarta-feira, também foi ouvida na CPI a representante da empresa Tractabel, a engenheira Ana Lúcia Yoda, que chegou a avaliar a estabilidade da estrutura antes da auditoria Alemã.
A engenheira disse que a troca entre as empresas se deu por divergência de critérios de segurança.
Perguntada se a auditoria francesa teria encontrado problemas na estrutura, a engenheira disse que não havia elementos que pudessem indicar risco iminente de rompimento.
Por: Rádio EBC