A situação dos reservatórios e da distribuição de água nos próximos meses, além das condições da rede de saneamento em Juiz de Fora, foram tema de audiência pública realizada nesta quinta-feira (17) na Câmara Municipal. Proponente da sessão, o vereador José Márcio Guedes (Garotinho, PV) elencou pontos questionados pela população sobre a recente falta de água em diferentes bairros da cidade, a recuperação das matas ciliares, o tratamento de esgoto e a redução da perda de água. Também estiveram presentes o diretor-presidente da Companhia de Saneamento Municipal (Cesama), André Borges de Souza, o diretor de Desenvolvimento e Expansão da Cesama, Marcelo Mello do Amaral, o Secretário de Meio Ambiente e Ordenamento Urbano, Luiz Cláudio Santos, além de representantes do Comitê de Bacia Hidrográfica (CBH) dos Afluentes Mineiros dos Rios Preto e Paraibuna e da sociedade civil.
Na ocasião, moradores de diferentes regiões e distritos expuseram as adversidades que têm enfrentado com relação a água e esgoto. Um dos pontos listados foi a situação do abastecimento de alguns distritos, que só têm acesso à água potável por meio dos carregamentos de caminhão-pipa. Sobre o tópico, o diretor-presidente da Cesama afirmou que existe um recurso proveniente da Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário de Minas Gerais (Arsae) para que obras de abastecimento de água e tratamento de esgoto sejam realizadas nestes locais.
“Existe esse recurso para o projeto nos distritos, em um primeiro momento priorizando a distribuição de água. Estamos fazendo o trabalho em Monte Verde, em sequência será Chapéu D’Uvas, e temos um planejamento para poder fazer as obras nos distritos de Juiz de Fora”, atestou.
Ainda em fase de análise e estudo, conforme o diretor-presidente André Borges, a Cesama pretende estruturar um “programa de perda”, também por meio de recursos da Arsae, que implicará na substituição da rede de água, mas também na detecção e pesquisa dos vazamentos e outros procedimentos para a redução de perdas.
Falta de água e situação prevista para 2020
Durante o mês de setembro, moradores de diferentes bairros da cidade solicitaram à Cesama respostas para a falta de abastecimento de água. Também no último mês, em entrevista à Tribuna, a companhia alegou que a situação tem ligação com o nível de reservação da capacidade da Represa de São Pedro, cerca de 16% mais baixo que o do mesmo período, em 2018, com as altas temperaturas registradas na cidade e com a baixa umidade relativa do ar. Tudo isso, conforme a Cesama, levou a um aumento no consumo de água, causando reflexos e desabastecimento em algumas regiões do município.
Atualmente, segundo a companhia, os reservatórios de São Pedro e da represa João Penido estão, respectivamente, com 40% e 50% de suas capacidades. A situação é preocupante uma vez que a Cesama opera no limite de sua capacidade técnica. Apesar disso, nesta quinta, durante a audiência, o diretor de Desenvolvimento e Expansão projetou que, para 2020, a Cesama espera ter um aumento significativo, não só da captação, mas da produção de água por meio de obras estruturantes – algumas em fase de licitação.
Os diretores apontaram que além dos projetos e trabalhos técnicos, a Cesama também realiza trabalhos de conscientização do uso do recurso, que serão intensificados nas escolas e com a distribuição de folders. O intuito é alertar a população sobre a necessidade de consumo consciente. “Em relação à conscientização, nós fazemos trabalhos nas escolas, folders. Eu acho que nós podemos intensificar. A Cesama não tem nenhum interesse em vender mais água do que vende hoje, ou que a pessoa consuma mais do que consome hoje, nós precisamos ter um uso consciente do recurso”, pontuou André Borges.
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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora
