A ABD, Associação de Basquete de Divinópolis, publicou nota em sua página oficial no Facebook, afirmando que não poderá mais utilizar o espaço do Ginásio Poliesportivo para desenvolver suas atividades. Segundo os mesmos, a Prefeitura está exigindo o pagamento de uma taxa de locação no valor de R$2.500,00.
Na nota eles afirmam que fazem trabalho social, que a prefeitura não faz, ao atender crianças carentes com a prática de basquete e que dois divinopolitanos já foram selecionados para times da capital após treinar com a associação. Eles chegam a dizer que seu maior adversário não está nas quadras, mas fora delas e que é o Poder Público.
A notícia vem se somar a outras publicadas nos últimos dias quando outras associações de cultura ou esportes, informaram que enfrentaram dificuldades em viabilizar o espaço para seus projetos de alcance social, entre eles o Unidance e a Copa de Judô. A Prefeitura ainda não se posicionou oficialmente sobre a situação.
A nota logo gerou repercussão e internautas questionaram a cobrança para usar espaço público. Outro chegou a citar que em Lavras, a prefeitura é parceira do projeto.
Confira a nota da ABD, na íntegra:
“Estamos (ABD) suspensos do uso do Poliesportivo! Motivo: falta de pagamento de *R$ 2.500,00* pelo _aluguel do espaço *público!*
Ao contrário do que pensamos, nossos adversários não estão somente nas quadras de jogo. Nosso pior adversário, na verdade, é a Administração Pública local. Faltam bolas, coletes, transporte, apoio e, principalmente, falta reconhecimento das campanhas nos JIMI’s (que inclusive geram retorno em ICMS)!
E nosso maior adversário, agora se agiganta ainda mais. A Prefeitura simplesmente quer receber aluguel pelo uso de um espaço público onde é realizado um projeto estritamente social. Ou seja, além de não fomentar a prática desportiva, barra indiscriminadamente o pouco que se tenta fazer. Sim, o que a ABD faz, seria dever da Administração Pública, nos termos do art. 217, da CRFB/88.
Permitir o uso gratuito do Poliesportivo, portanto, não é um favor recreativo, mas a contrapartida mínima pelo desenvolvimento de um dever público, pela iniciativa privada.
Vejamos um simples resumo. A ABD faz um trabalho social no Poliesportivo há 03 anos consecutivos, a custo zero para crianças e adolescentes. Nesse pequeno prazo, 02 garotos já passaram por peneiras das categorias de base em equipes de tradição de Belo Horizonte. Mérito deles, mas a partir de um trabalho *voluntário* que é feito com seriedade!
Para tão pouco tempo e sem nenhum incentivo, entendemos ser um trabalho irretocável. São poucos treinos, poucos recursos e pouquíssima boa vontade dos administradores, os quais parecem se esquecer que esses jovens já têm outros adversários impiedosos, como as drogas, as situações familiares de risco, o tempo ocioso e até a internet.
Lado outro, nossos adversários das quadras, contra os quais a disputa é “justa”, ou pelo menos passível de vitória, em sua grande maioria, treinam jogadas ensaiadas por, pelo menos, três vezes na semana; têm inscrições em competições (como o próprio JIMI) e transportes custeados pelos municípios; recebem alimentação e remédios durante as competições; além de serem acompanhados por educador físico cedido pela própria administração pública.
E que não valha de desculpa a falta de verba. Existe recurso federal para tal, ou municípios menores, que estão tão falidos quanto qualquer outro do País, não custeariam tantas equipes, em diversas competições.
O que se vê em Divinópolis, infelizmente, é uma total inversão de valores. É um suposto oferecimento de cargo público a qualquer custo. É ceifar a prática desportiva e a saúde dos jovens locais, em troca de uma economia porca para fins escusos. É o reflexo de uma gestão desorganizada e despreparada, acomodada na pura e simples ocupação do cargo público, sem qualquer compromisso com a sociedade”.
Postado originalmente por: Minas AM/FM